São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiros oferecem US$ 1.000 para fugir

DA SUCURSAL DO RIO; DA REPORTAGEM LOCAL

Para fugir do furacão Erin, brasileiros que estavam anteontem em Miami tentaram antecipar a viagem de volta oferecendo US$ 1.000 a quem se dispusesse a trocar passagens.
A estudante Priscila Vital Brasil, 15, que saiu de Miami anteontem à noite e chegou ao aeroporto internacional do Rio ontem de manhã, disse que as ofertas eram feitas pelo microfone do aeroporto.
Ela afirmou ter presenciado a negociação de uma das trocas. Uma senhora teria aceitado a oferta e desistido depois, a pedido da neta que a acompanhava.
Os turistas brasileiros que desembarcaram no Rio contaram ontem que houve pânico no aeroporto de Miami. As pessoas tinham medo de não conseguir voltar para o Brasil.
O comandante do vôo 811 da Varig (Miami-Rio), João Luiz Ramos, disse que os passageiros se mostravam apreensivos com o noticiário sobre o Erin.
O vôo 811 sofreu um atraso de uma hora e quinze minutos devido a um desvio de rota. Ramos teve que alterar o trajeto porque o Erin se encontrava na costa de Cuba.
Pela manhã, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, recebeu cinco vôos que partiram anteontem à noite de Miami. Um sexto avião pousaria na noite de ontem.
O advogado Valmor Tozetto, 39, pagou multa de US$ 75 para antecipar em um dia sua volta ao Brasil. Ele estava em Miami há duas semanas com a filha, Sandy, e a mulher, Raquel.
``Tínhamos esperança que o furacão não chegasse, pois ouvíamos desde sexta-feira os comunicados e nada se concretizava", afirmou.
A mulher do advogado contou que só ``sossegou" depois de uma hora de vôo. ``Eu temia até que o avião fosse atingido pelo furacão. Dá mesmo muito medo", disse.
O industrial Sérgio Sachs, 42, disse que se não tivesse comprado a passagem de volta antecipadamente, ``correria para Orlando".
``Realmente assusta. Eles interrompiam a programação da TV de 15 em 15 minutos com imagens do Andrew, dizendo que o Erin podia causar estragos", afirmou.
As agências brasileiras de turismo transferiram seus turistas para Orlando e estão arcando com todas as despesas extras de hotel.
A Stella Barros tinha quatro grupos de 180 pessoas que deveriam retornar ontem ao Brasil.
Segundo a assessoria de imprensa da agência, os turistas permanecerão em Orlando por pelo menos 48 horas.
Os 350 turistas que formavam grupos da Dimensão em Miami também foram levados de ônibus para Orlando. Todos chegariam ontem à noite ao Brasil. A saída do vôo foi antecipada para a tarde.

Texto Anterior: Saiba o que é um furacão
Próximo Texto: Câmara dos EUA aprova fim de embargo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.