São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995 |
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Furacão atinge 150 mil brasileiros na região
DANIELA FALCÃO
Seguindo os passos dos norte-americanos, a maioria deixou Miami ontem em direção ao norte da Flórida. Orlando é a cidade que deverá receber mais brasileiros fugidos do furacão. Segundo Igor Kipman, vice-cônsul do Brasil em Miami, Orlando é uma boa opção porque tem muitos hotéis e fica numa região que dificilmente é afetada por tempestades e furacões. Entretanto, no início da noite de ontem, o Erin começou a se deslocar em direção ao centro-norte da Flórida, onde fica Orlando. O consulado calcula que, dos 130 mil brasileiros que visitaram a Flórida no mês de julho, menos de 50 mil ainda estejam no Estado. A maioria foi embora no fim-de-semana passado, quando terminaram as férias escolares de inverno no Brasil. Não há números oficiais sobre o total de brasileiros que moram em Miami, mas a estimativa varia entre 50 mil e 100 mil. Os brasileiros que residem na cidade não estão concentrados em nenhuma região específica. Muitos moram em Miami Beach e Key Biscayne, dois bairros que haviam recebido ordem de evacuação desde anteontem à noite. O consulado informou que deve continuar atendendo os brasileiros durante a passagem do Erin. Segundo Kipman, o movimento era tranquilo e poucas pessoas ligaram à procura de informações. ``Os brasileiros que moram em Miami sabem o que fazer para se proteger do furacão. Quem mora nos bairros da costa vai para a casa de amigos no interior, disse. Desde a noite de ontem, os turistas não estão mais sendo levados para abrigos ou outras cidades. Anteontem, cerca de 5.000 pessoas buscaram os abrigos para passar a noite. A procura deve aumentar hoje, com a chegada do epicentro do Erin ao continente. Vários vôos foram cancelados ontem e o Aeroporto Internacional de Miami foi fechado. A administração havia decidido fechá-lo em caso de ventos contínuos, com velocidade superior a 88 km/h, o que aconteceu antes da chegada do Erin ao Estado. Com o fim da ameaça sobre a cidade, o governo anunciou que o aeroporto deve retomar algumas de suas atividades às 10h30 de hoje, e que por volta das 12h já deve estar operando normalmente. Apesar de os técnicos dizerem que havia condições de operação no aeroporto de Miami, desde as 12h a maioria dos vôos que sairia das cidades havia sido cancelada. O Aeroporto Internacional de Miami está localizado a mais de 30 km de Miami Beach, e portanto não deve ser das áreas mais atingidas pela tempestade. Os fortes ventos, entretanto, poderiam prejudicar ou mesmo pôr em risco os pousos e decolagens. Ontem, a Varig antecipou seus vôos da noite saindo de Miami para as 18h30. A Transbrasil e a Vasp cancelaram as partidas de Miami e as transferiram para Orlando. Não houve vôos extras. A Transbrasil manteve o vôo 766 (São Paulo-Rio-Orlando-Miami) ontem à tarde. O avião normalmente teria previsão de chegada em Miami às 22h37. A Transbrasil cancelou todas as escalas em Miami. Como a companhia tem vôos partindo de Orlando, pôde transferir os embarques para aquela cidade. Segundo a empresa, todos os passageiros com reservas conseguiriam lugar. E os que não tivessem, inclusive de outras empresas, deveriam entrar em lista de espera. Por medida de precaução, a American Airlines cancelou os quatro vôos Miami-Rio e Miami-São Paulo (e vice-versa), previstos para ontem à noite. A United Airlines cancelou seus três vôos que deveriam ocorrer entre Miami e o Brasil, a partir de anteontem e até às 7h de hoje. Colaboraram a Reportagem Local e a Sucursal do Rio Texto Anterior: Mídia é arma contra estragos Índice |
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