São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Taxistas param trânsito por 4 horas

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 1.800 taxistas pararam o trânsito ontem por quase quatro horas na avenida Tiradentes (centro), em frente ao quartel da Rota (uma das tropas de elite da PM), para protestar contra a falta de segurança em São Paulo.
Os manifestantes disseram que vêm recebendo ameaças por telefone. ``Há dois pontos de táxi em frente à estação Santana do metrô que estão recebendo ameaças dizendo que vão morrer dois taxistas por noite na zona norte", disse o taxista Rogério Marcondes Godoy.
``Já tentei trabalhar de dia, mas não dá dinheiro. Hoje só fiz R$ 22. À noite, faço no mínimo R$ 70", disse Silvio Colognesi, 42.
Segundo o comandante do Policiamento de Choque, coronel Wagner Cintra, há suspeitas de que as mortes estejam ligadas a uma desavença entre taxistas e moradores da favela Zaki Narchi.
Dois dos taxistas mortos teriam participado da agressão a um ladrão da favela, uma semana antes de serem assassinados. O caso está sendo investigado por policiais do 73º DP, no Jaçanã (zona norte).
Os manifestantes negam a relação entre os assassinatos e qualquer desavença.
``Estamos com medo, todos eles foram mortos da mesma maneira. Não roubaram nada, só deram tiros na cabeça", disse Godoy.
A manifestação de ontem começou às 13h40, com 600 táxis interditando a avenida Tiradentes, e só terminou às 17h30. O congestionamento afetou toda a região (leia texto ao lado).
O coronel Cintra prometeu aos manifestantes que vai intensificar a vistoria de táxis à noite.
A Rota tem hoje 96 viaturas, mas apenas 55 estão em operação, devido à falta de homens.
Seriam necessários 82 mil policiais operando na Rota no Estado. Atualmente há 65 mil e uma média de 20 pedidos de baixa diários devido aos baixos salários -média de R$ 400,00 líquidos.
Destas 55 viaturas, só 15 saem às ruas por noite para fiscalizar toda a cidade. Segundo o coronel Cintra, são vistoriados em média 60 táxis por noite. ``A partir de hoje, vamos fazer um esforço para vistoriar 150 táxis por noite."
O coronel se comprometeu também a fazer um pedido de maior fiscalização por parte do Comando de Policiamento Metropolitano.
Uma outra reunião foi marcada entre o comando da Rota e os taxistas para o próximo dia 15 para avaliar possíveis melhorias.

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