São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Governador nega fim de polícia

RITA FERNANDES; SERGIO TORRES

RITA FERNANDES
* Free-lance para a Folha
O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), afirmou ontem que a Polícia Civil não será extinta nem unificada com a Polícia Militar. Na última quarta-feira, o secretário da Segurança, Nilton Cerqueira, havia admitido essa hipótese.
Alencar disse que quem fala em nome do governo é ele e não seus secretários. ``Decisões como a de se extinguir uma polícia são decisões de governo, acertadas através de um processo que não é esse, que sai de manchetes de jornais", disse.
Segundo Alencar, também não houve por parte de Cerqueira nenhum ultimato para que a Polícia Civil do Rio se torne honesta e eficaz em cinco meses, como foi divulgado.
``A intenção do general, que é também a intenção do governo, é não deixar perenizar uma crise que vem de décadas, em função do desprezo que se deu ao aparelho do Estado, muito especialmente em relação à segurança pública", afirmou.
Com relação à fusão das polícias Civil e Militar, Alencar disse que tem alguma simpatia pela idéia, mas que sabe das dificuldades que isto representa.
``Não é fácil o entendimento para se ter uma polícia única, com funções judiciárias e de polícia ostensiva e preventiva."
O governador vai pedir a punição dos envolvidos no uso clandestino do rádio da polícia, anteontem, quando foram transmitidas mensagens ofensivas a ele, a Cerqueira e ao chefe de Polícia Civil, Hélio Luz.
O corregedor de Polícia Civil, Luiz Gonzaga Costa, disse ser difícil identificar os envolvidos. Ele também disse que recuperou em um mês dez carros roubados que estavam sendo usados por policiais, que estão respondendo a sindicância e devem ser expulsos.

* Colaborou SERGIO TORRES, da Sucursal do Rio.

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