São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Portugueses voltam ao país e criticam PF

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Professores elogiam governo brasileiro, mas reclamam de `violência' e `arbitrariedade' da Polícia Federal
``Violência e arbitrariedade." Esses foram alguns dos adjetivos usados por professores portugueses impedidos de entrar no Brasil na sexta-feira passada para definir o tratamento que receberam da Polícia Federal no aeroporto do Rio.
``Fomos maltratados. Quem é convidado e enxotado dessa forma merece desculpas", disse José Augusto Mourão, um dos cinco professores que voltaram ontem ao país com passagens pagas pelo governo brasileiro.
Eles desembarcaram às 7h05 no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, e seguiram para Brasília, onde chegaram às 10h30.
Os professores, todos da área de Comunicação Social, vieram participar do Colóquio Luso-Brasileiro de Comunicação. Quando desembarcaram no Rio na semana passada, foram impedidos de permanecer no país por estarem sem visto.
A legislação brasileira dispensa o visto para portugueses que vêm ao Brasil em viagens de turismo. Mas o exige quando o visitante vem desenvolver atividades profissionais.
Mourão qualificou a distinção de ``ridícula". Os cinco professores defenderam mudanças na legislação brasileira para acabar com a exigência do visto.
``As autoridades continuam a pensar, pelo menos aqui, que o visto é necessário. Tanto é que nos foram dados vistos de cortesia pelo embaixador em Lisboa."
O embaixador do Brasil em Portugal, Itamar Franco, encontrou-se com os professores portugueses em Lisboa anteontem. O visto de cortesia é dado a grandes personalidades e convidados do país.
Todos disseram que o fato está superado e elogiaram a agilidade do governo brasileiro. ``As autoridades agiram rapidamente", disse o professor José de Miranda.
O governo brasileiro gastou US$ 6.005 (R$ 5.584) para reparar o incidente.
As passagens foram pagas pelo Departamento Cultural do Itamaraty. O gasto se justifica, segundo a secretaria de imprensa do ministério, pelos cursos que os professores vão desenvolver em várias universidades brasileiras.
As passagens anteriores, que foram perdidas devido ao incidente, haviam sido pagas pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia.

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