São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Econômico separa dinheiro para perdas

R$ 70 mi garantem empréstimos ruins

FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Econômico, prestes a sofrer uma mudança em seu controle acionário, deve divulgar uma provisão de R$ 70 milhões como garantia contra empréstimos ruins. O banco separa um valor para se prevenir de eventual calote.
O valor das provisões do Econômico deve agora totalizar R$ 120 milhões, com o aumento a ser anunciado na semana que vem. O número vai estar no balanço do primeiro semestre.
Apesar de o banco estar enfrentando um período difícil, o balanço do Econômico vai apresentar um lucro líquido que ficará entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.
A instituição já distribuiu dividendos duas vezes este ano. Em abril, cada lote de 1.000 ações recebeu R$ 0,10. Em 31 de julho, cada 1.000 ações lucraram R$ 0,62 em dividendos.
O Econômico está com problemas para fechar o seu caixa diário desde fevereiro. Embora honrando seus compromissos, o banco tem sido obrigado a buscar, diariamente, empréstimos de curtíssimo prazo no valor de até R$ 1,3 bilhão.
O principal acionista do banco, Angelo Calmon de Sá, já concordou em reduzir sua participação na holding (empresa) Itapiracem Empreendimentos e Participações (IEP), que controla a instituição.
Isso será decidido em uma assembléia dos acionistas da holding depois de amanhã, segunda-feira. Deve ser anunciada a entrada de, pelo menos, cinco novos sócios.
Esse cinco novos sócios devem ficar com 40% das ações da IEP. Quatro deles são grupos brasileiros. Um é dos EUA.
O Econômico preparou-se este ano para melhorar a administração. Dos 10.600 empregados em 31 de dezembro passado, sobraram apenas 9.300.
A maior provisão de recursos contra empréstimos duvidosos é também uma medida que objetiva tornar o banco mais estável -e afastar a atual imagem de fragilidade.
Em Aracaju (SE), o governador Albano Franco negou que o seu grupo empresarial e o do governador do Ceará, Tasso Jereissati, estejam negociando a aquisição do controle acionário das três fábricas de Coca-Cola do empresário Calmon de Sá.

Colaborou a Agência Folha.

Texto Anterior: Dobram os golpes contra empresas
Próximo Texto: Receita arrecada em julho R$ 6,677 bilhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.