São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995 |
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Caso contra amigos de Mitterrand é anulado
VINICIUS TORRES FREIRE
Segundo o Tribunal de Recursos de Angers, Jean-Pierre teria extrapolado suas funções de juiz de instrução (que verifica as provas para estabelecer a existência de crime), usurpando funções da promotoria (que investiga o crime, recolhendo provas). O destino do caso será decidido agora por cortes superiores. A anulação do processo foi revelada pela revista ``Le Point", que a chamou de ``medida discreta". O caso conduzido por Jean-Pierre começou em 1992 -na época, apenas uma denúncia sobre notas frias envolvendo empresas públicas e privadas. As investigações levaram à devassa das contas do empresário Roger-Patrice Pelat, amigo íntimo de François Miterrand e de políticos socialistas. Em janeiro de 1993, o juiz Jean-Pierre descobre um cheque de Pelat equivalente a R$ 200 mil, que tinha sido utilizado para a compra de um apartamento, em 1986, pelo então primeiro-ministro socialista Pierre Bérégovoy. Bérégovoy, tido como um exemplo de honestidade, deixa o governo em março de 1993 e se suicida dois meses depois. Pelat havia morrido em 1989, de ataque cardíaco. O juiz Jean-Pierre tornou-se deputado europeu em 1994 por uma ala mais à direita do partido UDF (da maioria governamental). Ontem, em entrevista à TV francesa, Jean-Pierre disse que ``a medida pode afetar os procedimentos adotados por outros juízes envolvidos no caso, que também podem ser anulados". O juiz disse também que não tomou nenhuma medida ilegal nem usurpou tarefas dos promotores. Texto Anterior: Lei contra mendicância é adotada em Toulon Próximo Texto: Croácia e Otan lançam ataque contra a Krajina Índice |
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