São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995
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Maluf recua e apóia o rodízio de carros

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf (PPR) recuou na oposição que fazia ao rodízio de carros.
Ele determinou à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que dê apoio à medida, coordenada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), órgão ligado ao Estado.
Anteontem, Maluf havia criticado o rodízio. ``Em uma cidade do tamanho de São Paulo, não podemos fazer experiência como se estivéssemos em uma cidade de 300 mil habitantes", afirmou o prefeito na terça-feira.
Ontem, depois de almoçar com o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, Maluf disse que ``vale a pena a experiência". O rodízio, entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, será feito em toda Grande São Paulo.
Na segunda-feira, dia 28, não circulam os carros com placas de final um e dois. Na terça, ficam fora das ruas os automóveis com placas de final três e quatro. E assim por diante, até sexta.
A cada dia, 20% da frota de carros não deve circular. Dados da Cetesb indicam que 90% da poluição atmosférica da Grande São Paulo é causada por veículos.
Não haverá multa para quem desrespeitar a determinação. Ônibus, caminhões, táxis, motos e veículos utilitários não serão atingidos pela medida.
Feldmann afirmou que, caso os níveis de poluição atinjam os estados de alerta e emergência, a Cetesb pode decretar feriado na Grande São Paulo. Com isso, nenhum carro circularia.
Segundo o secretário, o governo não pode esperar que a poluição atinja níveis críticos para só então agir. Por isso, haverá o rodízio.

CET
Feldmann afirmou que solicitará à CET a adoção de um esquema que privilegie o transporte solidário. Carros ocupados por três pessoas ou mais andariam por faixas exclusivas, a exemplo do que ocorre com os ônibus.
O presidente da CET, Gilberto Lehfeld, afirmou não ser possível adotar esse sistema.
As principais avenidas da cidade, segundo ele, não têm capacidade de absorver faixas exclusivas para o transporte solidário.
``Se fizermos isso na Radial Leste, a avenida simplesmente pára", afirmou o presidente da CET.
Para ele, o ideal é que as pessoas se organizem nas empresas para montar uma escala de caronas e atender ao rodízio.

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