São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria lidera pedidos de concordata

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de concordatas requeridas pelas indústrias na cidade São Paulo cresceu 259,09%, de janeiro a julho deste ano em relação ao igual período de 94.
Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nos sete primeiros meses deste ano, 79 empresas industriais pediram concordata. Em igual período de 94, foram registrados 22 pedidos.
``A indústria liderou a expansão nos pedidos de concordata entre os setores da economia -indústria, comércio e serviços", diz Marcel Solimeo, economista da entidade.
Isso significa, segundo ele, que o aperto financeiro nas empresas é generalizado: não se restringe aos estabelecimentos comerciais.
Para Solimeo, no comércio o problema é mais visível porque o setor tem um número três vezes maior de empresas em relação à indústria e aos serviços.
Segundo a ACSP, o número de concordatas requeridas pelo comércio e pelas empresas prestadoras de serviços cresceu 144,44% e 53,33%, respectivamente, de janeiro a julho de 95 sobre os mesmos meses do ano passado.
Também não foi o comércio que teve a maior expansão no número de falências requeridas no período.
Estudo da ACSP mostra que as falências requeridas cresceram 80,52% entre as empresas do setor de serviços, nos sete primeiros meses do ano em relação a igual período de 94.
Já os pedidos de falências cresceram 69,77% no comércio e 20,12% entre as indústrias.
Em números absolutos, o maior volume de pedidos de falências e de concordatas se concentra nas empresas de alimentos, tecidos, vestuário, construção, corretagem e material de construção.
Na opinião de Solimeo essa concentração é normal. Motivo: esses segmentos são muito pulverizados e têm muitas empresas. A probabilidade, portanto, de empresas desses segmentos pedir concordata ou falência é maior.
O estudo destaca que empresas comerciais que revendem eletrodomésticos e veículos tiveram crescimento de 650% e 91,30%, respectivamente, no número de pedidos de concordatas e falências.
Isso reflete, segundo Solimeo, a insuficiência de crédito para financiar o consumidor e, consequentemente, a queda nas vendas.

Texto Anterior: BC ainda estuda como restringir vinda de dólares
Próximo Texto: Juro dificulta produção de papel
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.