São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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Cacuia pode ter outros corpos

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Togo Meirelles, informou que os órgãos de repressão militar usavam o cemitério da Cacuia para enterrar corpos de militantes esquerdistas assassinados.
O cemitério da Cacuia fica localizado na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro.
Escavações que foram realizadas no cemitério da Cacuia em 1991 acabaram resultando na identificação dos restos mortais de Severino Viana Collor.
Collor era membro de grupos clandestinos que combatiam o governo militar.
Segundo Meirelles, o nome de Collor integrava a relação de desaparecidos políticos durante o regime militar, que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.
A lista de desaparecidos foi preparada pelo Grupo Tortura Nunca Mais.

Cabo Frio
O vice-presidente disse que o Tortura Nunca Mais vai procurar o diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Cabo Frio (cidade a 140 km do Rio), Jorge Galvão da Fontoura.
Fontoura afirma ter identificado em 1973, no Instituto Médico Legal do Rio, a ossada de Rubens Paiva.
“Vamos abrir uma linha de investigação com base no que diz o diretor do Instituto Médico Legal de Cabo Frio. Queremos conversar com ele. Vamos procurá-lo”, afirmou o vice-presidente da entidade.

Esclarecimento
O Grupo Tortura Nunca Mais é formado por vítimas e parentes de vítimas de perseguições políticas ocorridas durante o regime militar.
A entidade luta pelo esclarecimento das mortes de adversários dos governos do país a partir de 1964.
Para Togo Meirelles, a elucidação do caso do desaparecimento do deputado Rubens Paiva é uma das prioridades do Tortura Nunca Mais.
“Precisamos saber o que ocorreu com Rubens Paiva. Está tudo muito confuso a respeito desse caso”, afirmou o vice-presidente do grupo.
(ST)

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