São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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Caso provoca atrito iinterno

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A acusação contra o secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari, acabou gerando um conflito interno no governo.
Visões diferentes sobre qual seria a posição ideal a ser assumida pelo governo opuseram os ministros Clóvis Carvalho (Casa Civil) e Pedro Malan (Fazenda).
Carvalho queria que o governo oferecesse apoio formal ao secretário logo após sair a denúncia de que Dallari estava sendo investigado pela Receita Federal por estar supostamente passando informações privilegiadas a empresas.
Malan, no entanto, preferiu não se pronunciar sobre o caso nos dois dias seguintes a denúncia. O apoio formal de Malan acabou saindo somente 72 horas depois que as denúncias foram feitas, no último domingo.
O aval do ministro ao seu secretário só foi dado após receber informações mais detalhadas sobre a atual condição de Dallari na empresa Decisão, na qual ele é sócio majoritário.
Carvalho fez chegar até a Fazenda que condenava o fato de o apoio de Malan ter vindo tardiamente.
Um dos argumentos utilizados por Carvalho para que o governo apoiasse Dallari era a ligação entre os dois -ele é o padrinho político de Dallari no governo FHC.
Segundo a Folha apurou, o ministro-chefe da Casa Civil acredita que as denúncias contra o secretário tinham como alvo não somente Dallari, mas ele também.
Durante as 72 horas nas quais Malan não se pronunciou sobre o caso Dallari, foi detonada uma bolsa de apostas com possíveis substitutos ao secretário.
São eles os mineiros Luis Milton Costa, atual secretário de Política Comercial, e Daniel de Oliveira, atual assessor do ministro do Trabalho, Paulo Paiva.

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