São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
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Falência deve começar a cair em novembro
MÁRCIA DE CHIARA
A sua previsão leva em conta a velocidade do ciclo de produção de cada negócio. Como o ciclo de fazer dinheiro é mais rápido no comércio do que em outros setores, explica Ayala, as lojas tiveram o maior crescimento no número de pedidos de falências no primeiro semestre deste ano na comparação com o segundo semestre de 94. Análise feita pelo consultor, a partir dos dados da Associação Comercial de São Paulo, revela que o número de pedidos de falências no comércio aumentou 72% no primeiro semestre deste ano em relação ao período de julho a dezembro de 94 em São Paulo. Já o crescimento registrado nas falências requeridas pelas indústria e empresas do setor de serviços, de 36% e de 47%, respectivamente, foi mais moderado no período. ``O comércio apanha antes, mas sai primeiro da crise", diz Ayala. As indústrias e empresas prestadoras de serviços, no entanto, levam mais tempo para sentir os efeitos da queda no nível de atividade da economia e refazer o seu caixa. Motivo: esses dois setores têm menos agilidade para promover liquidações e equilibrar as contas. Segundo Ayala, o setor que deve demorar mais tempo para ser saneado é a indústria. ``As falências vão estar mais concentradas aí nos próximos 60 dias." Apesar de o comércio ter puxado o ``boom" de falências, a sua participação no total de pedidos entre os três setores da economia (comércio, indústria e serviços) praticamente se mantém. ``Pelo fato de as empresas comerciais saírem antes das outras com o pedido de falência parece que só o comércio está em maus lençóis. Mas todos os setores estão no mesmo barco", diz Ayala. Em junho de 94, antes do Real, o comércio, segundo a ABL, respondia por 55% das falências requeridas, a indústria por 29% e os serviços por 16%. Um ano depois, a fatia do comércio no total das falências é de 61%, seguida pela indústria (23%) e pelos serviços (16%). Áreas de risco No primeiro ano do Real, as falências se concentraram nas empresas que vendem tecidos, armarinhos, alimentos, material de construção, veículos e peças, medicamentos, produtos farmacêuticos e artigos de perfumaria. Segundo o consultor, esses segmentos acabaram sendo os mais afetados porque acumularam grande volume de estoques e ainda sofrem hoje a concorrência dos produtos importados. Na indústria, o maior crescimento no número de falências se concentrou entre os fabricantes de vestuário e calçados. Nas empresas prestadoras de serviço, o segmento mais afetado foi o de engenharia e construção, transporte e turismo, revela a análise do consultor. Essas áreas, diz Ayala, continuam sendo de alto risco hoje. Quem for financiar empresas desses segmentos deve avaliar com cuidado a situação do negócio, antes de conceder empréstimos. Texto Anterior: Revenda deixa Jardins para baixar custos Próximo Texto: Setor privado deve US$ 43 bi no exterior Índice |
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