São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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BC taxa capital externo e reforça opção por juro alto

DA ``AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Ao taxar pesadamente o ingresso de capital externo por meio do IOF, o Banco Central deixou claro que persistirá em sua estratégia gradualista de redução dos juros.
Os juros subiram na sexta, mas ainda traçam curva descendente. O mercado futuro de CDI-Over aponta 3,77% para este mês, 3,45% em setembro, 3,28% em outubro e 3,24% em novembro.
A curva poderá acentuar-se dependendo da inflação. Este mês, o IPC-Fipe pode ficar abaixo de 2,5%; em setembro, menor que 2%. E os perigos de uma forte desaceleração econômica seriam contornados pela redução dos compulsórios e não dos juros.
O IOF de 5% sobre os empréstimos em moeda estrangeira vai encarecer em cerca de 4 a 8 pontos percentuais os juros para o tomador final. Os bancos captam 11% ao ano, em média, com o lançamento de papéis no exterior. Esse custo sobe para 15,10% com o IOF, em período de dois anos.
O tomador, que hoje paga de 18% a 30% ao ano, vai pagar de 22% a 34%, mais variação cambial. Um custo entre 3,26% e 4,27% efetivo/mês.
Em um ano a taxa é maior, porque há menos tempo para diluição do IOF. Os 11%, mais IOF, sobem para 19,35%. A diferença (8,35 pontos percentuais) será repassada ao tomador, elevando o custo para 26,35% na ponta mínima e 38,35% na máxima; 3,63% e 4,64% no mês, respectivamente.
Com o aumento do IOF de 5% para 7% para aplicações de capital estrangeiro em renda fixa, o investidor terá de ficar no mínimo nove meses no país se quiser juros superiores aos 12% ao ano pagos lá fora (com juro básico de 3,6% e variação cambial de 1,4% ao mês).
O juro real está hoje em 1,81%, ou 24,02% ao ano. Descontado o IOF, sobram 15,9%. Em nove meses, o rendimento será de 9,83% contra 9% no exterior. Em oito meses, seu ganho será de 8%, o mesmo que teria lá fora.
Já uma aplicação de quatro meses aqui renderia 7,45%; um ganho mínimo de 0,45% contra 4% no exterior.

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