São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
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Viola chora na despedida e promete voltar em 98

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após oito anos atuando no time principal do Corinthians, o atacante Viola se despediu do clube discretamente.
Sem a presença de diretores corintianos ou de representantes das torcidas organizadas, ele embarcou anteontem -com a namorada Leila Celino- para a Espanha, onde vai jogar no Valencia nos próximos três anos.
Depois de atender, com paciência, vários ``caçadores de autógrafos", Viola deu entrevista à Folha e não escondeu a emoção por estar deixando o país, o time do coração, e a filha Paula, de nove meses.

Folha - Qual é a sensação de estar deixando um clube onde você jogou por oito anos?
Viola -É um momento de muita tristeza. Estou deixando um grande clube, uma grande torcida e muitos amigos. É a minha casa.
Folha - Quais foram os seus melhores momentos no Corinthians?
Viola - Desde o dia 31 de julho de 88, quando fiz o gol do título sobre o Guarani, até a decisão deste ano, contra o Palmeiras, só vivi momentos de alegria. Tudo o que eu desejei no clube, eu consegui.
Folha - O que você espera do seu novo time, o Valencia?
Viola - Será um desafio. Tenho que conquistar um novo público. Espero que eu não enfrente muitas dificuldades de adaptação.
O fato de os torcedores espanhóis me adorarem e eu ser extrovertido podem me ajudar.
Folha - Você nunca pareceu entusiasmado ou feliz com a chance de jogar na Europa...
Viola - Meu coração fica pequeno quando penso na minha filha (Paula). O aniversário dela é daqui a três meses e não estarei aqui.
Espero que, mais tarde, ela entenda que o pai precisou trabalhar fora e, por isso, não pôde acompanhar diretamente seu crescimento.
Levo para a Espanha o sorriso dela na despedida. É uma coisa que jamais vou esquecer. (Viola começa a chorar compulsivamente e é confortado pela namorada, Leila Celino. Depois, pede desculpas e continua a entrevista).
Folha - Você pensa em voltar ao Corinthians?
Viola - Espero fazer gols e conquistar títulos no Valencia, nos próximos três anos.
Depois, pretendo voltar ao Brasil e a prioridade é sempre do Corinthians. Vou voltar a jogar lá.

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