São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
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A RAINHA DO FREEZER

DA "SEVENTEEN"

Enquanto os outros integrantes do Sugarcubes virtualmente desapareceram, a cantora Björk (pronuncia-se Biorque), 29, não consegue se esconder da fama.
Esse não é um fenômeno recente. Quando estudava música aos 11 anos, Bjõrk era uma sensação em seu país, a Islândia.
Na época ela achou que a fama não era para ela, desistiu da música pop e formou uma banda hardcore chamada Kukl.
Desde então, Björk teve um filho, fundou uma editora, liderou o Sugarcubes e gravou dois álbuns solo, ``Debut" e ``Post".

Pergunta - Como é a Islândia?
Björk - É um país pequeno, mas, ao mesmo tempo, Reykjavík é uma capital européia.
Pergunta - Você assistia muita TV lá?
Björk - A literatura é para a Islândia o que a TV é para os EUA. Só há pouco é que temos TV todos os dias. E mesmo assim, apenas três horas por dia. Em julho não há TV porque o pessoal das emissoras sai de férias.
Pergunta - Como você era quando criança?
Björk - De certa forma, me criei sozinha. Se não quisesse comer dois dias, tudo bem. Foi a melhor infância que alguém pode ter.
Pergunta - Você tem um filho de oito anos. Você o está criando da mesma maneira?
Björk - Ele é parecido comigo porque se autodisciplina. Se ele diz que quer fazer tal coisa, eu deixo. As crianças sabem o que precisam e deve-se confiar nelas.
Pergunta - Que música você ouvia quando adolescente?
Björk - Fui criada por hippies, então ouvia Jimi Hendrix e Janis Joplin. Depois estudei dez anos de música clássica. Meus avós ouviam jazz. E também ouvia a música da Islândia. Nos consideramos os primeiros rappers da Europa porque há cem anos memorizamos as sagas dos vikings rimando os acontecimentos. As sagas são meio cantadas e meio faladas.
Pergunta - Você dizia que seu álbum anterior, ``Debut", era como convidar alguém para ir à sua casa. Seu novo disco é tão pessoal?
Björk - ``Debut" era quase tímido. Desde que mudei para Londres, dois anos atrás, me tornei uma pessoa extrovertida. Este disco é minha reação ao viver em Londres e tem muita energia.
Pergunta - Os coques que você usava viraram moda. O que você vai inventar agora?
Björk - Usava meu cabelo daquele jeito para praticar caratê. Mas se você faz isso sempre, o cabelo fica quebradiço. Vou deixá-lo solto por um tempo.
Pergunta - Você se considera uma rainha da moda?
Björk - Acho muito chato ser chique, parecer sexy. Posso fazer isso, tipo, três vezes por ano. É como um jogo.

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