São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995 |
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<UN->Livros homenageiam Eça de Queiroz<UN>
DANIEL PIZA
Unicamp lança correspondência do escritor; obras completas saem em novembro, nos 150 anos de nascimento A reputação mundial do escritor português Eça de Queiroz (1845- 1900) parece melhorar a cada geração. No Brasil, os 150 anos de seu nascimento, que serão celebrados em novembro, suscitam lançamentos desde agora. A Editora da Unicamp lança no próximo dia 17 um volume com a correspondência trocada entre o maior romancista português e o historiador Oliveira Martins (1845-1894), seu conterrâneo e amigo, com cinco cartas inéditas. Em novembro a Nova Aguilar lança, em quatro volumes de capa dura e papel-bíblia, as ``Obras Reunidas" de Eça, com organização da professora e estudiosa brasileira Beatriz Berrini. Berrini, que atualmente está em Portugal, pesquisando na Fundação Eça de Queiroz, também é a responsável pela coleta das cartas dele e de Martins, ao lado do professor Paulo Franchetti. Ela falou à Folha por telefone, de Lisboa, na terça-feira passada. Segundo ela, as cartas de Eça e Martins são importantes porque ``atestam o que as biografias de Eça descrevem: que ele era um grande amigo de seus amigos e extremamente generoso". ``As cartas também mostram bem qual a posição política de Eça de Queiroz", afirmou (leia texto nesta página). Para as obras reunidas, Berrini diz preparar bastantes novidades. Em 1970 a Aguilar publicou em dois volumes a parte ficcional dela, numa edição hoje esgotada, organizada pelo especialista português João Gaspar Simões. Berrini prepara mais dois volumes, um com os artigos jornalísticos -no qual também haverá trechos de primeiras versões de romances publicadas em revistas- e outro com a correspondência. Ela também acrescenta textos aos volumes de ficção: o romance ``A Tragédia da Rua das Flores" (publicado só em 1980), fragmentos ``pouco conhecidos" de obras inacabadas e seis contos. Baús Berrini diz que o livro não pode ser chamado de ``Obras Completas" porque há ainda muito texto de Eça vindo à luz. ``O problema é que não há um baú só, há vários baús com textos dele", diz. Ela promete incluir boa amostra das cartas divulgadas mais recentemente em Portugal. "Queirosianos" A edição também terá ensaios sobre as diversas facetas da produção e vida do escritor, de ``queirosianos" (os auto-intitulados especialistas em Eça de Queiroz) portugueses, alemães, franceses e brasileiros. O fato de haver tantos ``queirosianos" mostra a estima quase cultista que a obra tem merecido. ``Faço questão de incluir `queirosianos' de diversos países", diz Berrini, ``para mostrar a importância que a crítica mundial tem dado a ele." Um ensaio dela e outro de João Alexandre Barbosa, professor de Teoria Literária da USP, formam a representação brasileira. Texto Anterior: Harrison Ford deve atuar em filme policial Próximo Texto: Historiador influenciou visão política Índice |
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