São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
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Massacres deixam 38 mortos na Colômbia

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ

Enquanto a crise política paralisa o governo, a rotina da violência se intensifica, a ponto de 38 pessoas terem sido mortas em assassinatos coletivos entre o sábado à noite e o domingo pela manhã.
A maior chacina foi na cidade de Chigorodó, 400 km a noroeste de Bogotá. Quinze pessoas morreram à porta do bar "Aracatazo".
Há suspeitas de que a maior parte das vítimas sejam membros do grupo Esperança, Paz e Liberdade, ex-guerrilheiros que abandonaram a luta armada.
Um grupo de cerca de 40 homens armados chegou ao bar, por volta de meia-noite de sábado, com uma lista de vítimas. Mataram 11 homens e três mulheres.
Houve outras três mortes, mas o coronel Carlos Alfonso Velásquez Romero, chefe da polícia local, disse à Folha que não havia relação entre essas mortes e as do bar.
Na cidade de Apartado, na mesma região (Urabá), houve uma segunda chacina, esta de seis pessoas, sendo dois soldados, um ex-soldado e três civis, que conversavam em um bar.
As demais mortes ocorreram em Carepa e Turbo, todas na região de Urabá, uma das mais violentas do país, com uma média de três assassinatos por dia. A região fica no Golfo de Darien, junto à fronteira com o Panamá, e serve de porto clandestino para três atividades criminosas: contrabando, tráfico de drogas e de armas.
O coronel Velásquez levanta duas hipóteses para a chacina do bar "Aracatazo": ou grupos de ``justiça privada violenta" (paramilitares) ou as chamadas ``milícias bolivarianas" das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, um dos grupos guerrilheiros em ação no país).
Já no caso das seis mortes de Apartado, o coronel diz que os indícios apontam mais nitidamente para as milícias das Farc.
Não é o primeiro nem o mais grave dos assassinatos coletivos praticados na região. O mais recente (janeiro de 94) deixou 35 mortos. Mas o mais grave foi em novembro de 88, com 43 vítimas.

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