São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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Estados pressionam presidente

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM, JOÃO PESSOA E NATAL

Os governadores do Pará, Almir Gabriel (PSDB), do Amapá, João Capiberibe (PSB), e de Tocantins, Siqueira Campos (PPR), divulgaram nota ontem em que afirmam que estão unidos para pressionar o presidente FHC contra a liberação de mais recursos para o Banco Econômico.
Siqueira Campos disse que já foram liberados R$ 3 bilhões desde janeiro e que há pressões para liberação de mais R$ 6 bilhões.
``Esse dinheiro dá para organizar toda a Amazônia. Temos que parar de entregar dinheiro para cobrir a incompetência e desonestidade de banqueiros nacionais", disse Siqueira Campos.
João Capibaribe disse que não se pode desviar recursos que poderiam vir para a Amazônia para as ``mãos de banqueiros privados que faliram".
Segundo sua assessoria, o governador Almir Gabriel estava em viagem pelo interior e não foi localizado pela Agência Folha.
Paraíba
O governador interino da Paraíba, José Maranhão (PMDB), disse ontem que a decisão do presidente tornou-se uma regra, que pode ser reivindicada por outras instituições liquidadas.
``Se o governo socorreu o Banespa por que não socorrer outros bancos?", questionou Maranhão.
Segundo ele, o presidente está correto em ceder às pressões feitas pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) para suspender a liquidação do Banco Econômico.
Maranhão disse acreditar que FHC poderia ter evitado a liquidação.
Ele disse que os governos estaduais não devem dar calote no pagamento de suas dívidas com o governo federal, mas precisam da renegociação urgente do pagamento das taxas de juros.
José Maranhão disse que este ano a Paraíba pagou mais de R$ 60 milhões de juros da dívida.

Bandern
O governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves Filho (PMDB), 48, disse ontem em Natal (RN) que só gostaria que as autoridades econômicas tivessem a mesma ``sensibilidade" com relação ao Bandern (Banco do Estado do Rio Grande do Norte).
O Bandern está fechado desde setembro de 1990 em razão de um processo de liquidação extrajudicial.
O governador quer que o Banco Central agilize e dê mais transparência à liquidação do Bandern.
``Enquanto o processo de liquidação se arrasta por esses anos todos, o patrimônio do banco está se esvaindo", disse o governador.
O Bandern, quando foi liquidado, não estava recorrendo ao redesconto do Banco Central para garantir seu caixa.
Segundo Garibaldi Alves Filho, a mudança de tratamento na intervenção do Banco Central em relação ao Banco Econômico da Bahia só demonstra ``o prestígio e a força política" do senador Antônio Carlos Magalhães junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso.

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