São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Importação da Ásia sofre restrições

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal editou ontem quatro portarias impondo tarifas extras para a importação de cadeados, ventiladores, rodas de bicicleta e produtos derivados do coco -todos de origem asiática.
O objetivo é restringir a entrada destes produtos devido ao ``dumping", prática desleal de comércio que reduz o preço dos artigos importados e prejudica a concorrência com os nacionais.
A Folha apurou que o governo irá sobretaxar ainda, por quatro meses, as importações de alho da China.
Durante os próximos cinco anos, ventiladores chineses pagarão tarifas extras que variam de 8,38% a 96,58%. Os cadeados chineses terão sobretaxas, nos próximos quatro meses, entre 21,1% e 730%.
Rodas de bicicleta da Índia que entrarem no Brasil nos próximos cinco anos pagarão tarifas extras entre 6,38% e 93,94%.
Os derivados de coco importados da Indonésia, Filipinas, Costa do Marfim, Sri Lanka e Malásia serão sobretaxados entre 81,4% e 175,8%.

Cotas
O Brasil aceitará sem resistências a suspensão do regime de cotas para importação de automóveis, caso ele venha a ser condenado pela OMC (Organização Mundial de Comércio).
Segundo a Folha apurou, o governo considera que a suspensão não teria efeitos práticos. Isso porque a queda nas vendas de carros verificada nos últimos dois meses tem gerado, na prática, o mesmo resultado das cotas.
A MP (medida provisória) das cotas, editada em junho, estabeleceu um limite de importação para este ano equivalente a 450 mil veículos.
Menos que impor cotas, o objetivo principal da MP era sinalizar às montadoras estrangeiras que o Brasil havia decidido conceder incentivos à indústria nacional para entrar na disputa por novos investimentos.

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