São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Atentado mata 5 em Jerusalém

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cinco pessoas morreram ontem em um atentado suicida atribuído ao grupo Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) a um ônibus no leste de Jerusalém. Ao menos 107 pessoas ficaram feridas.
A polícia disse que reconheceu três das vítimas, dois israelenses e um estrangeiro. Agentes de segurança afirmaram que o estrangeiro era um turista americano.
Os corpos de um homem e de uma mulher, um deles possivelmente o do terrorista, ainda não foram identificados.
A explosão ocorreu às 7h55 de ontem (1h55 em Brasília) em Ramat Eshkol, bairro de judeus em Jerusalém Oriental, região de maioria palestina.
Em uma chamada anônima à rádio Israel, um homem que se dizia do Hamas e falava árabe reivindicou o atentado pelo grupo.
A explosão da bomba atingiu outro ônibus, que se encontrava à frente daquele onde a polícia acredita que estava a bomba.
Esse ônibus ia em direção ao monte Scopus (norte).
Alguns corpos foram jogados a 100 metros do ônibus onde estaria o terrorista. Acredita-se que a maioria dos feridos no acidente seja estudantes, pois o ônibus ia em direção à Universidade Hebraica.
No dia 24 de julho, seis pessoas morreram em um atentado reivindicado pelo Hamas em um subúrbio de Tel Aviv (leste de Israel).
Em Israel, 77 pessoas já morreram em ataques suicidas desde um acordo de paz em setembro de 1993 entre a Organização para a Libertação da Palestina e Israel.
O acerto de 1993 iniciou o processo de transferência de autonomia para os palestinos na faixa de Gaza e na cidade de Jericó.
A autonomia palestina na Cisjordânia ocupada por Israel foi anunciada no início do mês. Os israelenses e a OLP negociam detalhes da transferência.
Os grupos terroristas Hamas e Jihad (Guerra Santa) Islâmica se opõem aos acordos e pregam a criação de um Estado palestino.
Israel disse que as negociações de paz com a OLP seriam interrompidas, mas continuariam depois do funeral das vítimas.
O líder da OLP, Iasser Arafat, condenou o ataque.
Segundo a rádio Israel, a chamada telefônica dizia que o atentado tinha sido feito por um seguidor de Iahia Aiiach, conhecido como ``o engenheiro".
Aiiach é o homem mais procurado de Israel e é acusado de ter treinado membros do Qassam (braço armado do Hamas) que fizeram ataques terroristas.
Manifestantes israelenses de direita acusaram de traidor o premiê de Israel, Yitzhak Rabin, na frente de ministros que foram ao local.
A polícia prendeu 18 manifestantes em locais diferentes. Eles faziam parte das milhares de pessoas que saíram às ruas para exigir a renúncia de Rabin.

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