São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Dorothea quer `eximbank' brasileiro

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A ministra da Indústria, do Comércio e do Turismo, Dorothea Werneck, disse ontem, em palestra para técnicos do ministério, que o Brasil vai ter que evoluir para ter um ``eximbank", banco de fomento às exportações, como existe nos EUA, Japão e outros países.
``Dada a perspectiva de o Brasil entrar pesado no comércio internacional", esta discussão do ``eximbank" brasileiro ``vai voltar", disse a ministra.
Dorothea não quis definir uma data para quando seria criado o ``eximbank" brasileiro. Ela disse que ``ainda está havendo esta discussão" dentro do governo.
Ao saber que jornalistas presenciaram a palestra, ela procurou minimizar suas declarações, afirmando que falara ``em tese".
A ministra criticou a atuação da Secretaria de Política Industrial do ministério.
``A Secretaria está morrendo de vergonha, pois trata de qualidade e produtividade. Em casa de ferreiro, espeto de pau. Vamos ver se muda para casa de ferreiro, espeto não é de pau", disse.
Dorothea falava para cerca de 250 técnicos do ministério e respondia a perguntas. Ela elogiou o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial) que, segundo ela, está ``uma gracinha".
Ela também falou bem da secretaria geral do ministério, dos setores de recursos humanos, assessoria parlamentar e orçamento, que ``estão indo bem".
Descontraída ao responder as perguntas, Dorothea disse que aprendeu uma coisa na vida: ``estou absolutamente convicta que sou megalomaníaca".
Ela revelou sua mania de grandeza ao comentar a intervenção de um técnico que sugeria que o projeto Novos Pólos (de apoio à industrialização) fosse tocado com outros ministérios.
``Se conseguirmos envolver todo mundo, ótimo; mas se não, vamos fazer a nossa parte. Só não podemos nos frustrar".

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