São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Empresas entram no mundo do faz-de-conta

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

A realidade virtual (RV) está deixando de ser monopólio do entretenimento. Empresas começam a perceber que pode sair mais barato criar no computador simulações realistas do que partir para a produção e descobrir falhas depois de ter investido fortunas.
Exemplos não faltam. O laboratório farmacêutico Glaxo, dos EUA, tem substituído cobaias vivas por virtuais, fazendo simulação por computador do efeito de drogas. O programa usado, de modelagem molecular, é da norte-americana Biosyn.
``Só a perfuração de um poço de petróleo custa US$ 6 milhões. Já um pacote de computador e programa para análise geofísica com visualização tridimensional fica em torno de US$ 70 mil", diz Sílvio Requeijo, gerente de marketing no Brasil da empresa de computação visual Silicon Graphics.
No Brasil, a Petrobrás utiliza o software da Landmark (EUA) para simular exploração de petróleo. E o grupo Brasmotor, do qual fazem parte Consul e Brastemp, está desde janeiro implantando cerca de cem máquinas Silicon Graphics para desenvolver produtos.
Na Inglaterra, a Ford desenvolveu com a IBM os testes em realidade virtual do Galaxy, carro que a montadora lança em setembro.
Quem esteve na Comdex, feira de informática encerrada sexta-feira em São Paulo, pôde passear a bordo do novo Ford, ouvir as sugestões do motorista, ligar o rádio, abrir janela e teto solar.
A sensação de estar de verdade dentro de um carro de mentira tem por trás o software V-Space, que funciona em ``Windows" (em micro 486DX4 de 100 MHz turbinado com aceleradores de placa da IBM, além de capacete e mouse da inglesa Virtuality, especializada em RV para entretenimento).
Um dispositivo parecido com um cogumelo gigante é colocado próximo do viajante virtual e funciona como ponto de referência. Ele emite ondas magnéticas que transmitem para o capacete e o mouse a posição da pessoa.
O sistema chama-se ``Elysium", custa cerca de US$ 100 mil e foi usado no projeto de reforma do metrô de Paris. Corredores ficaram mais largos depois dos passeios virtuais dos arquitetos.

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