São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Perguntinha incômoda; Lanterna apagada; Erro médico; Borboleta injustiçada; Indigestão; Latinismos; Batalha campal

Perguntinha incômoda
``Se FHC acha fácil governar o país (Folha, 22/8), então por que não governa?"
Gilson Pacheco (Belo Horizonte, MG)

Lanterna apagada
``Aguardei ansiosamente a Folha de domingo para ler a coluna do senador Roberto Campos. Ele tinha a obrigação de falar sobre o episódio do Econômico pois esse assunto envolve a discussão de temas caros ao brilhante senador: eficiência da iniciativa privada, funções do Estado etc. Qual não foi minha surpresa quando vi que sua coluna não fazia qualquer referência ao assunto. Senador, talvez sua lanterna na popa não o ajude a ver à frente da proa, mas o Econômico e o modelo privatista defendido pelos `liberais' ficaram à deriva e expostos na imprensa durante toda a semana passada. Aguardo ansiosamente o próximo domingo..."
Carlos Rogério Camargo (Florianópolis, SC)

``Com relação ao artigo do sr. Roberto Campos (20/8), causou-me espécie que o mesmo não tocasse no `affaire' do momento, o escândalo Econômico, uma vez que o senador é o protótipo do neoliberal. Aliás, segundo suas palavras no mesmo artigo, `um liberal é apenas alguém que quer o máximo de liberdade e bem-estar para todos'. Liberdade e bem-estar para todos quem `cara-pálida'? Para vocês, liberais?"
Sérgio Luiz Gomes Braga (Niterói, RJ)

Erro médico
``Causa perplexidade o comentário de Josias de Souza (Folha, 22/8, pág. 1-2) sobre o `grande gesto' do dr. Silvano Raia assumindo que `um erro de sua equipe matou Florestan Fernandes'. As circunstâncias em torno dessa morte são, presentemente, objeto de um inquérito policial e de duas sindicâncias -no Hospital das Clínicas e no Conselho Regional de Medicina-, cada uma em sua esfera de competência. Todos nós, amigos, companheiros e admiradores de Florestan, teríamos motivos de sobra para externar nossas opiniões a respeito. Entretanto, aguardamos com paciência o resultado das apurações. Só daí, com dados concretos em mãos, poderemos emitir algum juízo de valor. Antes disso, qualquer tipo de manifestação contra ou a favor do responsável pela equipe médica constitui prejulgamento e pode influenciar o processo da investigação dos fatos, da responsabilidade criminal e profissional e, ainda, das implicações de ordem ética."
Vladimir Sacchetta (São Paulo, SP)

Borboleta injustiçada
``Lendo entrevista que a Folha fez com Adriane Galisteu no último domingo achei inoportuna a introdução feita por Marcos Augusto Gonçalves e pela colunista (antiGalisteu) Barbara Gancia. Acho que a Folha e sua colunista devem estar equivocadas quanto ao público-alvo das reportagens sobre Galisteu. Não sou a favor nem contra o que essa `mulher da vez' (segundo os autores da reportagem `Borboleta S/A') está fazendo. Apenas acho que ela é coerente com o que diz, simpática e graciosa. Quanto à briga da Barbara com a Adriane, acho que a Barbara leva vantagem, pois, com sua caneta salpicante ela deita e rola sobre a moça. O mesmo já não ocorre com a Galisteu, salvo quando a Barbara estava de férias e vocês deram um espaço para ela que, na minha opinião, saiu-se muito bem. Finalizando, a Barbara não é ruim por inteiro, pois gosto de ler sua coluna; só sugiro que termine com essa briga."
Paulo Roberto Pereira Arrieiro (Campo Grande, MS)

``Há pessoas que não querem ver a bela Adriane Galisteu feliz. Não querem vê-la bem-sucedida! Êta mundozinho egoísta e invejoso! Aliás, por falar em pessoas que venceram `à custa de muito trabalho', como sugere o leitor Adilson Carvalho de Almeida (`Painel do Leitor', 22/8), é bom lembrar que a família de Ayrton Senna herdou uma grande fortuna obviamente à custa do mito, nome e prestígio do herói da Tamburello."
Gilberto Motta da Silva (Curitiba, PR)

Indigestão
``Excelente o artigo do Jabor sobre os preços de restaurantes no Brasil. Fico imaginando a estupenda margem de lucro (e a cara-de-pau) dos proprietários, principalmente quando o restaurante é metido a grã-fino. Chega a ser revoltante se compararmos com preços lá de fora. Exemplo: comi um delicioso prato de lagosta no restaurante do Fountainebleau Hilton (EUA) semana passada, com vinho e tudo. Preço: US$ 58, incluindo gorjeta."
Fernando Fabrini (Belo Horizonte, MG)

Latinismos
``A propósito da carta de Aldo Sanguinetti sobre os cochilos de Homero, observo: havia sim um erro no latim do título `Ave, Caesar Fernandus' (nominativo), pois deveria ser Fernande (vocativo). O erro, porém, não deve ser debitado a Schwartsman, que escreveu certinho no texto, e sim a quem pespegou o título."
Oswaldo Freitas (Lorena, SP)

Resposta do jornalista Hélio Schwartsman - Agradeço as observações do professor e fico particularmente feliz pelo fato de ele ter detectado um único erro. Confesso, porém, que fui eu mesmo quem pespegou o título, mas o fiz conscientemente. O nominativo ``Fernandus" é muito mais facilmente reconhecível do que o vocativo ``Fernande" (quem é o tal de Fernandes?). De resto, o vocativo é, já no sânscrito e no grego, mas principalmente no latim, um caso de declinação meio ``vagabundo", sendo com alguma frequência substituído pelo nominativo.

Batalha campal
``O estádio do Pacaembu tem de ser interditado e seus dirigentes responderem processo. Os (ir)responsáveis pela liberação de um estádio em obras não podem ficar impunes."
Curt Nees (Joinville, SC)

``A tragédia do Pacaembu começa na declaração do responsável pelo estádio quando, de público, afirmou `que o espetáculo não tinha importância, era uma decisão de juniores'. Ora, a importância começa quando você vai trabalhar com uma coletividade, seja de jovens ou de adultos. O coronel da polícia (com todo o respeito ao trabalho dos policiais) afirmou que no estádio estava presente um efetivo de 60 homens. Onde? Como bom brasileiro e torcedor sou totalmente a favor de um `movimento nacional das torcidas desorganizadas'."
Salomão Sales Couto (Recife, PE)

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