São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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ACM admite ter se `excedido'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na expectativa de uma iminente solução para o Banco Econômico, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez ontem um discurso ameno, admitindo que sua reação à intervenção na instituição pode ter sido ``excessiva". Mas atribuiu a responsabilidade da crise ao Banco Central.
O tom foi tão cauteloso que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) comentou que quem havia discursado era ``o Toninho Ternura e não o Toninho Malvadeza" -apelido dado a ACM devido à sua impulsividade.
O senador baiano disse que foi ``caluniado" e pediu que uma solução fosse encontrada ainda ontem, apesar das ``intrigas" e ``mágoas" entre governo federal e bancada baiana.
ACM disse que, já em maio, teria ouvido do ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida que a situação do Banco Econômico era difícil. Arida teria defendido a mudança do controle acionário e, segundo o senador, garantido que o BC ``financiaria" o grupo que assumisse a instituição.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, também defendeu a mudança do controle acionário do Econômico, na mesma época, disse.
Malan teria até sugerido a proporcionalidade das novas cotas acionárias, que seriam assim, de acordo com ACM: de 30% a 40% para os novos acionistas, 30% para os que tinham o controle e os outros 30% divididos entre os outros diversos acionistas.
``Porque o Banco Central não interveio antes, não sei", disse. ACM leu artigo publicado pelo ex-ministro Mário Henrique Simonsen, no qual o BC é responsabilizado pela crise.
Parlamentares baianos e do PFL aplaudiram o discurso e, ao final, fizeram fila de cumprimentos a ACM.
Em aparte, o senador Roberto Freire (PPS-PE) criticou a proposta defendida por ACM de desapropriação das ações do Econômico pelo governo baiano.
"Não vou discutir com vossa excelência porque quero comandar meu discurso. Transfiro nosso debate para outro dia", afirmou ACM, irritado.

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