São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Leis não trouxeram justiça, diz líder negro

DA REPORTAGEM LOCAL

A garantia de justiça social para os negros só ocorrerá com a oferta de uma boa educação pelo Estado, afirmou ontem Antonio Carlos Arruda, do Conselho da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.
Arruda participou da mesa-redonda "Autonomia, Alteridade e Preconceito, do "Seminário Internacional Superação da Discriminação Étnica e Educação, na Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).
Em sua fala sobre direito e racismo, Arruda disse que as leis em favor dos negros no país, em geral, não trouxeram benefícios.
Como exemplo, ele citou a Lei Áurea (1888) e a Lei Affonso Arinos (1951), entre outras.
Maritza Montero, professora de psicologia social da Universidade Central de Venezuela, destacou o problema da identidade social negativa dos povos latino-americanos, o que dificultaria a superação de problemas como o racismo.
A educação, segundo ela, estaria transmitindo valores negativos -como preguiça- sobre os índios e negros.
A educação estaria, assim, mantendo as relações de dominação e submissão.
Foi nesse mesmo campo, das representações que limitam ``reações organizadas" à dominação, a fala de Mirian Preuss.
Preuss é da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Com dados sobre os empregos predominantes brancos (de direção) ou negros (mais braçais), Preuss defendeu que há um ``poder simbólico" na sociedade.
Esse poder, segundo ela, mantém desigualdades étnicas.
O biólogo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Mohamed Habib afirmou que o islamismo, ao unir a religião e a ciência, conduziria à paz mundial.

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