São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Pefelista quer partido unido contra Motta

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os parlamentares do PFL de Pernambuco preparam um protesto formal contra o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, e a interferência de ministros nas questões políticas regionais. A bancada se reúne na próxima terça-feira.
O deputado Roberto Magalhães (PFL-PE) enviou anteontem documento ao líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), propondo que a bancada do PFL pernambucano ``endureça" com o governo.
A reação do deputado, que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, foi motivada pelas declarações do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, na última sexta-feira, em Recife.
Motta fez elogios ao governador Miguel Arraes (PSB), adversário do PFL, e disse que o PSDB deveria lançar candidato próprio à Prefeitura de Recife em 1996.
As declarações causaram revolta no PFL pernambucano (12 deputados federais e um senador), que está articulando a candidatura de Magalhães a prefeito em 1996.
``O ministro chegou a Pernambuco com ares de marajá, com deboche, dando palpite sobre tudo, como se estivesse numa aldeia africana", disse Magalhães.
A revolta da bancada foi comunicada ao vice-presidente Marco Maciel, que é de Pernambuco, e ao presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
``O que precisa ficar claro é que o PFL não é pau-mandado de ninguém. O partido precisa abrir os olhos. Se nós não endurecermos agora, amanhã será tarde demais", disse Magalhães.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira, e o vice-presidente do partido, deputado José Jorge (PE), também criticaram Motta. Para Oliveira, as declarações do ministro foram ``desagregadoras". Para José Jorge, o ministro ``não deveria se meter na política local".
A assessoria de imprensa do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse que a afirmação do ministro foi feita numa reunião do partido na sede do PSDB em Recife. Segundo a assessoria, a candidatura do deputado Roberto Magalhães não está definida e a hipótese de o PSDB ter um candidato próprio tem de ser considerada.

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