São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Cofap demite 550 funcionários

DA FOLHA ABCD; DA REPORTAGEM LOCAL

A Cofap, indústria de autopeças de Santo André, demitiu ontem cerca de 550 de seus 6.800 funcionários devido à queda nas vendas.
A empresa informou que não será concedida remuneração extra para os demitidos.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Cícero Firmino da Silva, as informações da comissão de fábrica dão conta de 600 demissões.
``A demissão foi sumária e a empresa ameaçou com mais demissões se tivesse de pagar algum abono extra", disse.
A assessoria de imprensa da Cofap informou que a empresa não tem intenção de dispensar mais pessoas. O sindicato convocou para as 5h de hoje uma assembléia para discutir as demissões.

Ford
Em São Paulo, a Ford decidiu suspender a demissão de funcionários da fábrica de caminhões do Ipiranga até 1º de setembro.
Célio Batalha, diretor de Assuntos Governamentais da montadora, disse que a Ford resolveu atender um pedido do sindicato.
Na terça-feira, a empresa havia anunciado um plano de dispensar 800 funcionários até outubro.
``As dispensas ficam suspensas até uma nova reunião entre representantes da indústria, dos trabalhadores e do governo", explica Batalha. A decisão de cortar a produção em 50% a partir de 4 de setembro não foi alterada.
``Temos um excesso de contingente e um estoque absurdo", conta Batalha, o que torna as demissões anunciadas ``inevitáveis". O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), Paulo Pereira da Silva, pede às montadoras estabilidade no emprego por um ano.
Ele disse que houve uma paralisação na empresa, das 7h às 8h30, para cobrar da Ford a suspensão das demissões, acertada na reunião de anteontem em Brasília.
Na reunião, a Anfavea (representa as montadoras) e o Sindipeças (entidade dos fornecedores de peças) se comprometeram com sindicalistas a recomendar às fábricas que não façam novas demissões durante uma semana.
Hoje, montadoras, fornecedores de autopeças e trabalhadores se reúnem em São Paulo. Vão tentar elaborar uma ``pauta comum" de reivindicações a serem apresentadas ao governo.
A indústria quer flexibilização do crédito para deter a queda de vendas. Os trabalhadores querem garantia de emprego.

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