São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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FHC defende, mas descarta compulsório

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que não vai cobrar o empréstimo compulsório previsto na proposta da reforma tributária. ``Este governo não precisa de compulsório nenhum e nem terá."
Mais tarde, o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, foi menos enfático na negativa. As afirmações de FHC foram feitas na solenidade para regulamentação do Fundo Nacional de Assistência Social.
Perguntado por que o governo incluiu o compulsório na emenda se era para não usá-lo, o porta-voz disse que, ao dizer que não pretende recorrer ao compulsório, o presidente explicitava uma ``intenção", não um ``compromisso".
Amaral disse que o governo poderá recorrer ao expediente e que o fará ``adequadamente". O porta-voz também defendeu a proposta de quebra do sigilo bancário.
FHC defendeu a inclusão do compulsório na emenda para casos de emergência e disse que a maioria das Constituições de outros países já o prevêem.
O presidente negou que a inclusão desse dispositivo gere um clima de desconfiança no Congresso e na sociedade. ``Gera em vocês (jornalistas). A população sabe que nós não vamos fazer isso."
Sérgio Amaral, por sua vez, afirmou que a adoção desse instrumento no início do governo não teria ``efeitos colaterais tão negativos" para a economia como a elevação das taxas de juros.
Segundo o porta-voz, ``a memória do país condena o compulsório porque ele foi mal-usado no passado".
O ex-presidente José Sarney cobrou o empréstimo compulsório sobre combustíveis e automóveis, em 1986.

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