São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Embaixador em Washington é operado

O embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, sofreu hemorragia cerebral e foi submetido a cirurgia ontem na capital dos EUA.
O neurocirurgião R. L. Martuza, chefe da equipe que operou o embaixador, disse que a cirurgia ``transcorreu bem".
Flecha de Lima, 62, se sentiu mal de manhã, antes de ir para o trabalho, e foi levado para o hospital da Universidade Georgetown para exames.
Durante a angiografia (filmagem do sistema circulatório) foi detectada a existência de um coágulo no cérebro e se decidiu por cirurgia imediata.
A cirurgia demorou cinco horas e, segundo Martuza, o coágulo foi retirado, e a má-formação artero-venosa que o causou, corrigida.
Flecha de Lima vai ficar na Unidade de Terapia Intensiva pelo menos 48 horas. Daqui a uma semana será feita nova avaliação.
O médico particular do embaixador, Charles Rackley, professor de cardiologia da Universidade Georgetown, acompanhou todo o processo.
Segundo o porta-voz da embaixada, conselheiro Pedro Bório, o embaixador não perdeu a consciência até a cirurgia.
Bório também disse que até a manhã de ontem o embaixador gozava de boa saúde. Flecha de Lima é um homem preocupado com o peso e taxas de colesterol, se cuida bem e se submete a exames médicos periódicos.
Ele reassumiu a embaixada na segunda-feira, após ter passado férias de um mês em sua fazenda, nas imediações de Brasília.
Flecha de Lima é o embaixador brasileiro em Washington desde novembro de 1993. Antes, entre 1990 e 1993, havia sido embaixador em Londres.
Na década de 80, como secretário-geral e chefe do Departamento Comercial do Itamaraty, tornou-se um dos mais influentes formuladores da política externa brasileira.
Sua mulher, Lúcia, e sua filha Beatriz, que mora em Nova York, ficaram com ele no hospital.
O casal Flecha de Lima se tornou tema constante de jornais e revistas norte-americanos devido à sua amizade com a princesa de Gales, Diana.
Diana passou a entrada do ano de 1994 e a Semana Santa de 1995 na casa do embaixador brasileiro. Os Flecha de Lima a acompanharam a diversas festas.
No setor profissional, Flecha de Lima obteve no ano passado a suspensão das ameaças de retaliação comercial dos EUA contra o Brasil devido à ausência de uma Lei de Patentes no país.
Para isso, ele usou a promessa do governo brasileiro de que uma lei seria votada em breve e a pressão de diversos políticos norte-americanos de Estados que têm relações comerciais de vulto com o Brasil.
Ele foi um dos principais responsáveis pelo sucesso da visita do presidente Fernando Henrique Cardoso aos EUA em abril.

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