São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Setor automotivo tem proposta única

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes de montadoras, do setor de autopeças e metalúrgicos da CUT e Força Sindical fecharam ontem documento com reivindicações ao governo.
O documento foi enviado ontem mesmo, por fax, aos ministérios da Fazenda, Indústria e Comércio e Planejamento.
O setor automotivo pede retorno do leasing para veículos, aumento do crédito para capital de giro, desregulamentação do financiamento para compra de carros e ampliação dos prazos de grupo de consórcio de 6 para 50 meses.
O setor pede ainda redução dos juros e aumento da parcela a ser financiada pelo Finame (financiamento a longo prazo com juros menores) para caminhões e ônibus. Propõe também que as picapes sejam incluídas no Finame.
O governo dará resposta em reunião até a sexta-feira que vem.
No documento, os trabalhadores condicionam o seu apoio ``ao necessário compromisso das montadoras e fabricantes de autopeças de que, caso essas providências sejam adotadas em sua integralidade pelo governo, seja garantido o nível de emprego por no mínimo cinco meses" (até o final de 95).
As montadoras empregam cerca de 114 mil trabalhadores e o setor de autopeças, 250 mil.
A Anfavea (representa as montadoras) e o Sindipeças (representa o setor de autopeças) pediram prazo consultar suas ``bases".
``O objetivo de produção de veículos é de 1,7 milhão em 95, contra o 1,58 milhão de 94. Eles não podem cortar empregos", disse Heiguiberto Guiba Navarro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD (CUT).
Silvano Valentino, presidente da Anfavea, disse que além da crise conjuntural, o setor tem ``outro problema de longo prazo."
Valentino disse que ``as montadoras têm hoje de adotar novas tecnologias para competir no mercado internacional. Se não tivermos crescimento grande de vendas as demissões serão inevitáveis."
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), Paulo Pereira da Silva, disse que os trabalhadores querem participar das reestruturações e aceitam discutir demissões voluntárias, desde que o nível de emprego geral do setor seja mantido.
Paulo Butori, presidente do Sindipeças, completou: ``Caso as medidas propostas hoje não sejam adotadas na sua totalidade, não há como garantir emprego."

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