São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Karina já é brasileira e ainda sonha com Atlanta

DA FOLHA SUDESTE; DA REPORTAGEM LOCAL

A pivô da Lacta/Santo André, Karina, 23, assinou ontem os papéis de sua naturalização.
Mas a jogadora não poderá disputar a Olimpíada de Atlanta (EUA), no ano que vem, pela seleção brasileira de basquete.
Karina -que nasceu na Argentina- espera atuar pelo menos no Mundial de 1998.
Karina disse que a naturalização se baseou em um precedente aberto pela Fiba (Federação Internacional de Basquete).
A entidade permitiu ao jogador nigeriano naturalizado americano, Hakeem Olajuwon, disputar a Olimpíada pelos Estados Unidos.
Mas o que Karina desconhece é que o pivô se naturalizou em 93 -e que, no mesmo dia, encaminhou um pedido formal à Fiba para atuar pelos EUA.
O processo de Olajuwon, portanto, demorará três anos (até 96) para torná-lo selecionável pelo novo país.
``A Confederação Brasileira ainda acha que eu vou jogar em Atlanta. Sou brasileira e vou usar esse argumento para tentar jogar pelo meu país", disse Karina.
A atleta disse ter a ``esperança" de que a Fiba dê um tempo de carência de dois anos para os que se naturalizarem antes da Olimpíada.
Karina já atuou pela seleção argentina, em um campeonato sul-americano de seleções, aos 15 anos.
Disse que deseja realizar seu sonho -disputar uma Olimpíada- defendendo a seleção brasileira.
Sobre os Jogos de Atlanta, ela prevê uma disputa difícil.
``A Olimpíada acontece nos Estados Unidos e as norte-americanas não vão querer perder a medalha de ouro", disse.
Karina afirmou que a primeira coisa que passou por sua cabeça, após assinar a naturalização, foi fazer uma retrospectiva de sua carreira.
``Agora, quero ter por perto todos os amigos que me apoiaram nos momentos mais difíceis", declarou.
Ela disse também que passará a ser a ``ovelha negra" de sua família argentina, que sempre foi contra a naturalização.
``Todo o processo foi muito difícil, pois os meus familiares nunca concordaram com essa idéia", afirmou.

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