São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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'Foi só meu filho que brigou?'

JOSÉ VALDEMAR PINHEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não sei se meu filho tem culpa. Sei que o futebol virou uma guerra. Que eu saiba, em uma batalha não há só um culpado. Todos estão errados. Em uma guerra, é matar ou morrer.
Sou a favor de que ele pague, de que os outros envolvidos paguem, mas não sei se a punição vai resolver o problema. A violência não vai acabar.
A única coisa que eu queria perguntar é a seguinte: foi só meu filho que brigou?
O que eu sei é que desde domingo a minha vida virou um tumulto. A última vez em que falei com meu filho foi na sexta-feira da semana passada. O Adalberto foi criado pela avó. Não mora comigo.
Fiquei sabendo que chegou em casa, no domingo, com a cabeça enfaixada.
Ele é da Mancha Verde. Eu também sou palmeirense, mas não fui ao Pacaembu.
As torcidas organizadas representam um problema para o futebol, mas não sei se deveriam ser extintas. Os adolescentes gostam delas.
Eu não tenho soluções a oferecer para acabar com a violência no futebol. Se o governo não tem solução, os dirigentes não têm solução, por que eu deveria ter?

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