São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Estilistas justificam novo hype dos desfiles

JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

``Nos desfiles, o público só grita quando entra o vestidão ou a roupa masculina", resume o estilista Walter Rodrigues, 35, que esta semana desfilou sua terceira coleção masculina em São Paulo.
``O que me move a fazer moda masculina é que acho um saco olhar pra todo mundo vestindo Bruno Minelli e Richard's; tenho um monte de amigos que precisam ser bem vestidos."
Fazer moda para homens que tenham prazer em se vestir é a intenção do estilista Jorge Kaufmann, 41. ``O que impede o homem brasileiro de se vestir melhor é a situação econômica. As pessoas que gostam da minha roupa não têm dinheiro e as que têm preferem as roupas clássicas", diz.
Já Jeziel Moraes, 32, justifica sua opção por moda exclusivamente masculina: ``As tendências de moda sempre eram bem aproveitadas na silhueta feminina, enquanto as coleções masculinas eram apenas enxertadas nos desfiles. Não percebia um trabalho especial, uma pesquisa para a construção de looks masculinos."
Juntamente com a mudança de abordagem em relação à moda masculina vem a questão dos modelos. A imagem começa a mudar. ``Vi 60 modelos para escolher os seis que participaram do meu desfile. Não gosto de homem bombado", dispara Walter Rodrigues, elegendo como prediletos do momento André Lazzaroto, Dráuzio, Ivan, Elton e Arthur -que fizeram seu desfile.
Marco Aurélio Casal de Rey, 34, é coordenador de moda e booker da agência Ford, onde trabalha com um casting de 20 homens. ``Com a volta da vaidade dos homens, a moda masculina está sendo mais encarada como mercado."
O modelo Sandro Pereira, 21, que fez desfiles de inverno para Gaultier em Paris e campanhas para Calvin Klein com Steven Meisel em NY, nota que, no último ano, apareceram mais trabalhos: ``A moda masculina evoluiu".

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