São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Dança americana corre risco

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ano passado, Bill T. Jones recebeu um dos mais cobiçados prêmios norte-americanos: o McArthur Fellowship, oferecido a artistas considerados geniais.
Em outubro último, foi capa da revista ``Time", que o elegeu um dos responsáveis pelo renascimento da cultura negra nos Estados Unidos.
Além de manter a própria companhia, Jones tem emprego fixo em Lyon, uma das mais prósperas cidades francesas.
Contudo, em Nova York, ele está se tornando uma raridade. Conforme destacou o jornal ``The New York Times" do último dia 6 de agosto, há inúmeros grupos se dissolvendo.
Um deles é o elenco liderado por Ralph Lemon, da mesma geração de Jones.
Revelação dos últimos cinco anos, Lemon chegou a ser disputado por companhias como o Balé da Ópera de Paris. Agora, frustrado com a instabilidade profissional de seu elenco, resolveu retornar à carreira solo.
Outros coreógrafos, como Bebe Miller, também decidiram renunciar ao trabalho em grupo. Até veteranos como Lar Lubovitch e Laura Dean estão reformulando suas estruturas, para evitar riscos.
E mesmo o aclamadíssimo Mark Morris faz raras aparições em Nova York, preferindo a Europa -assim como Stephen Petrônio, cuja companhia passou recentemente pelo Brasil.
Tudo indica, as glórias associadas à dança moderna norte-americana, tendem a se tornar coisa do passado.
(AFP)

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