São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Econômico; Compulsório; Privatização; Brigada antipoluição; Opiniões divergentes

Econômico
``A reportagem de capa da Folha de 25/8 deixa claro o motivo da reação veemente do senador Antônio Carlos Magalhães contra a intervenção no Banco Econômico. ACM só está querendo defender os interesses desse povo sofrido, pacífico, bonito e amante do reggae. O povo do Caribe, onde ACM é acionista do Transworld, banco que (por mero acaso) é ligado ao Econômico..."
Leo Cunha (Belo Horizonte, MG)

``Quero agradecer a Antônio Carlos Magalhães pela lição de geografia. Eu não sabia que o Caribe fizesse parte da Bahia."
João Carlos Gonçalves, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (São Paulo, SP)

``Em 1975, em virtude da balela do `risco de falências em cadeia', o Tesouro colocou recursos públicos onde existia `troca de chumbo', `caixa 2' etc. Agora, a título de evitar uma `desconfiança geral no sistema financeiro', pretende colocar recursos públicos para evitar quebra de bancos. No caso do Econômico, o fato mais importante é a existência de um passivo a descoberto. Nesse caso não há mágica: ou os credores recebem menos ou o `buraco' é coberto pelos acionistas ou pelo Tesouro. Como o acionista majoritário do Econômico informa que não há buraco ou rombo, sugiro que todos os ativos `podres' que geram o passivo a descoberto sejam transferidos por `cessão de créditos' aos grupos ligados ao controlador, em pagamento de seus créditos, o que poderá gerar no saldo um patrimônio líquido positivo."
Jorge Ramos (Rio de Janeiro, RJ)

``O Banco Central cogita injetar recursos públicos em um fundo a ser criado para garantir depósitos em bancos liquidados ou sob intervenção. Trata-se de outra grande violência contra a economia popular. O governo mais uma vez, com suas soluções impatrióticas e sempre simpáticas às elites dominantes, estimula e avaliza os escândalos e os golpes contra os cofres públicos e contra o indefeso povo brasileiro. A criação desse fundo de compensação vai acarretar aumentos nas tarifas bancárias e fomentar outras quebradeiras no setor. Procura-se um procurador da República, ágil e independente, para denunciar formalmente os autores de mais esse crime contra a economia popular nacional."
Mauri Vieira Costa, presidente do Conselho Regional de Administração e do Sindicato dos Administradores no Estado de Pernambuco (Recife, PE)

``Tenho observado toda a confusão criada em torno do Banco Econômico. Tem havido muito estardalhaço e pouca seriedade. Não há como negar a responsabilidade do Banco Central nessa história toda. Essa instituição conhecia, há muito tempo, os graves problemas do Econômico, foi omissa. Quero deixar claro que não sou a favor da socialização do prejuízo, mas por que ela ocorre no caso do Banespa e do Banerj? É preciso passar a limpo essa história toda."
Gabriel Soares (Campinas, SP)

Compulsório
``Já vem o governo de novo com essa conversa de empréstimo compulsório. O povo brasileiro, tão massacrado pela carga de impostos, não dispõe de recursos para emprestar e, caso dispusesse, certamente não emprestaria a um mau pagador."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

Privatização
``Com referência ao texto `A privatização paulista', publicado na coluna de Luís Nassif de 24/8, gostaria de esclarecer, em primeiro lugar, que não há, nem nunca houve, `divergência' entre o secretariado paulista quanto à condução do processo de desestatização do setor elétrico. Em segundo lugar, ao se analisar a questão da desestatização desse setor, é necessário comparar o eventual maior valor futuro da venda com os custos envolvidos no processo de reestruturação e com o elevado custo do serviço da dívida paulista. Esse último ponto, aliás, foi abordado pelo jornalista em sua coluna de 22/8. Ainda que a desestatização no futuro possa teoricamente gerar mais receitas para o Estado, deve-se descontar o custo dessa espera em termos de juros. Ao final, pode-se descobrir que a aceleração do processo desestatizante aumenta, em vez de diminuir, o valor líquido auferido pelo Estado."
André Franco Montoro Filho, secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Brigada antipoluição
``Estou espantado com o rodízio de carros prometido para São Paulo. Esperava mais que isso do secretário Fábio Feldmann. Segundo os jornais, não se prevê ampliação do transporte coletivo (metrô, trens, ônibus), nem bolsões de estacionamento para quem vem de longe. Não se considera a situação de quem mora em outros municípios ou sequer nas áreas quase rurais da cidade de São Paulo. Sem dúvida é preciso reduzir a poluição e, para isso, baixar a circulação de carros. Mas não dava para planejar isso com critério? Vemos todos os dias centenas de carros circulando sem condições de segurança e soltando fumaça. Parece que este ano só foram multados durante três dias. Por que não fazer uma atuação permanente contra os carros desregulados?"
Renato Janine Ribeiro (São Paulo, SP)

Opiniões divergentes
``Sou assíduo leitor da Folha, principalmente dos cadernos de economia (Dinheiro) e cultura (Ilustrada), e venho por meio desta parabenizar e agradecer Luís Frias pelo bom trabalho realizado nesse importante meio de comunicação. O mérito é de todos: desde o presidente, passando por excelentes colunistas (Luís Nassif, José Simão, Clóvis Rossi, Carlos Heitor Cony), até o serviço de entrega, o qual, desde que assino o jornal, nunca deixou de entregar ou atrasou. Admiro também o espaço que a Folha abre às diversas opiniões e correntes ideológicas, mantendo-se assim, na maioria das vezes, imparcial em assuntos potencialmente divisores de água na opinião pública. É, portanto, através de meios de comunicação como esse que o país precisa contar em seu esforçado rumo à modernidade."
João Claudio Monteiro Marcondes (São Paulo, SP)

``Até a presente data optava por não fazer assinatura de outro jornal que não a `Gazeta Mercantil'. Comprava outros (Oesp, Folha, JB) na medida de interesse por reportagens ou temas específicos. A Folha tem, por exemplo, uma ótima tabela de salários no fim do caderno Empregos. Porém, decidi só comprar `O Estado de S.Paulo' a partir da cínica campanha das `mulheres peladas', com a qual penso que não ajudam a sociedade em nada. Viva a libertinagem? Viva a minha liberdade de não comprar mais a Folha."
Paulo Fernando Racy Ferreira (São Paulo, SP)

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