São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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DEPOIMENTO

Desde o meu primeiro namorado -um cara quase 15 anos mais velho-, eu nunca fui escolhida: prefiro escolher. Sempre joguei para ganhar. No caso desse cara, ele tinha outra namorada, mas eu esperei um ano até conseguir.
Comecei a frequentar a casa dele com um amigo comum que era a fim de mim. Quando já estava mais íntima, ele me convidou para sair. Apesar das mil fantasias que eu fazia sobre aquele apartamento, ele me levou para vacinar o cachorro. Mesmo assim, aproveitei um sinal fechado na avenida Brasil para lascar um beijo nele.
Namoramos um tempão. Depois disso, tive muitos outros amantes, de diretor de teatro a político. Sempre embarquei com tudo nas histórias. Quando namorei o diretor de marketing de uma empresa de bebida, fiz curso de coquetelaria e me diplomei ``bar tender".
Na época em que estava com o diretor de teatro, desenhei as roupas para o espetáculo e banquei uma parte da produção. Com o Luiz Antônio de Medeiros (líder sindical e ex-candidato ao governo de São Paulo), panfletava até em feira de domingo na periferia.
Teve também um roqueiro que acompanhei em shows e gravações -conforme a carreira dele foi evoluindo, me relacionei com gente como James Brown e Gloria Gaynor.
Meus relacionamentos acabam porque eu penso sempre em grandes aventuras e as pessoas ficam com medo. Se faço alguém se sentir rei, gosto de me sentir rainha. Quero ser absoluta na relação.
A conquista começa pelo sexo -não tem outro caminho. A cama tem que ser legal até quando você não sabe nada da pessoa. Não acredito em sexo decorrente, como muitas mulheres que precisam de papos-cabeça para ir para cama.
Também não consigo entender o casal que fica lendo, cada um em um canto, e nunca transa. Se é para não transar, então vamos ser amigos. Sexo é uma coisa tão abençoada, que Deus dá prêmio no final.

PERLA NAHUM, 42, é promoter

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