São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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Taxa real de juros registra alta de 1,8 ponto percentual em agosto

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa real de juros, aquela em que é descontada a taxa de inflação no período, deve registrar em agosto alta de 1,8 ponto percentual com relação a julho.
Com isso, a taxa de juros reais anualizada chega aos 28%. Para setembro, os juros reais, segundo estimativa do Lloyds Bank, devem recuar cerca de 3%, ficando em 25% ao ano.
A elevação dos juros reais neste mês se deve à queda dos índices de inflação, que haviam apresentado alta durante os meses de junho e julho.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) de agosto, por exemplo, deve ficar em 1,7%, segundo o Lloyds. Em julho, o índice calculado pela Fipe foi de 3,72%.
A alta da inflação medida pela Fipe foi puxada pelo reajuste de algumas tarifas públicas municipais e estaduais, especialmente pelas tarifas de transporte.
As taxas nominais de juros, no entanto, devem fechar o mês de agosto com queda próxima de 0,2 ponto percentual, comparadas às taxas do mês anterior.
A estimativa para agosto é de taxa nominal de juros de 3,8% e para setembro, de 3,4%.

Dólares
Para Claudio Lellis, vice-presidente do Banco Pontual, o Banco Central ``já não olha mais a inflação para fixar os juros".
``Agora o que conta para a formação da taxa de juros é o prêmio pago acima da variação cambial, para atrair capital estrangeiro", diz Lellis.
Lellis diz acreditar que há espaço para uma forte queda das taxas nominais de juros, que subiram com a crise do México. ``Parece até que a crise foi aqui e ainda não passou", completa.
Rafael Goldenberg, responsável pela área de moedas nacionais do Banco BBA, diz acreditar que a taxa real de juros tende a se estabilizar em 1,5%.
A taxa de inflação deve seguir trajetória semelhante, tendendo a ficar abaixo dos 2% ao mês.
Com isso, a taxa real de juros ficaria próxima dos 20% ao ano. Na avaliação de Goldenberg, esse quadro deve se dar ``até dezembro, caso não haja nenhuma crise".

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