São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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ABCD perde 3.670 empregos em 25 dias

MARCELO MOREIRA

MARCELO MOREIRA; MARCOS MEIRELES
DA FOLHA ABCD

MARCOS MEIRELES
O número de demissões em indústrias metalúrgicas do ABCD nos últimos 25 dias acabou com 83% dos empregos criados no setor desde a implantação do Plano Real, em julho do ano passado.
Segundo dados dos sindicatos dos Metalúrgicos do ABCD (ligado à CUT) e de São Caetano (ligado à Força Sindical), foram criados 4.400 empregos desde julho de 1994, contra 3.670 demissões nos últimos 25 dias.
Na última semana, a General Motors, a Cofap e a Villares demitiram juntas 1.401 (veja quadro).
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Heiguiberto Navarro, o Guiba, as demissões são consequência da política econômica do governo.
"O governo criou a recessão. As indústrias estão sufocadas.
O presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Autopeças), Paulo Butori, admite que o número de demissões possa ter ultrapassado 3.000. "Se a política econômica não mudar, a situação pode piorar.
Os líderes sindicais exigem que as indústrias suspendam as demissões até dezembro.
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Silvano Valentino, não cedeu à exigência. ``Não podemos garantir o emprego por decreto".
Em São José dos Campos (SP), o número de postos de trabalho no setor metalúrgico já é inferior ao registrado em julho de 94.
Dados da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) projetam para agosto a existência de 32.400 empregos no setor metalúrgico -287 a menos que no início do Plano Real.
A redução no nível de emprego na cidade também é detectada por indicadores do Ciesp (Centro de Indústrias do Estado de São Paulo). A queda acumulada nos últimos quatro meses é de 5% -uma perda de pelo menos 10 mil empregos.

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