São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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Por que nada pode ultrapassar a velocidade da luz?

José Edivanilson Nascimento, 28, estudante, São Paulo, SP
Glaucius Oliva, do Instituto de Física da USP de São Carlos,responde:
"A Teoria da Relatividade Restrita, proposta por Albert Einstein em 1905, baseia-se em duas hipóteses ou postulados, que posteriormente obtiveram confirmação experimental: a inexistência de um referencial absoluto no Universo e a constância da velocidade da luz, independentemente do movimento da fonte ou do observador.
"Essas hipóteses conduzem a algumas consequências inusitadas: se observarmos grandezas físicas como comprimento, tempo e massa, com respeito a referenciais em movimento relativo, obtemos resultados diferentes, dependendo do referencial.
"Tomemos como exemplo imaginário uma nave espacial viajando a velocidades altíssimas, observada da Terra. Se, em um experimento na nave, o astronauta mediu um comprimento L, um tempo T e uma massa M, o observador na Terra deveria medir um comprimento menor (fenômeno denominado de contração espacial), um tempo maior (denominado dilatação temporal) e uma massa também maior.
"A formulação matemática do problema indica que, quanto mais a velocidade da nave se aproxima da velocidade da luz, maior a diferença entre as medidas.
"No limite, o observador na Terra encontraria um comprimento tendendo a zero e tempo e massa tendendo a infinito.
"Como consequência, a energia necessária para acelerar essa massa a velocidades próximas à velocidade da luz também tenderia ao infinito, o que torna impossível para qualquer objeto com massa em repouso não nula atingir ou ultrapassar a velocidade da luz.
Correspondência para a seção "Sem Mistério deve ser encaminhada à Editoria de Ciência (al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, CEP 01290-900, São Paulo - SP), com nome, idade, profissão e endereço. Não serão respondidas cartas com pedidos de aconselhamento médico ou psíquico.

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