São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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Líder derrotado da Krajina planeja volta

TONY BARBER
DO "THE INDEPENDENT"

Expulso de sua terra com 150 mil compatriotas, responsabilizado por uma das derrotas mais humilhantes dos sérvios e qualificado por um tribunal da ONU como suspeito de crimes de guerra, Milan Martic bem poderia se achar vítima de um destino traiçoeiro.
Policial de uma área rural que entrou para os anais da infâmia durante a revolta dos sérvios de Krajina contra o governo croata entre 1990 e 1991, ele sumiu completamente quando as tropas do presidente Franjo Tudjman invadiram Krajina, em 4 de agosto.
Algumas estações de rádio na Eslovênia e em território bósnio sob domínio muçulmano divulgaram boatos de que ele teria cometido suicídio ou que uma unidade da polícia sérvia de Krajina o havia assassinado quando tentava fugir.
Mas, em 8 de agosto, ficou claro que Martic estava vivo. A televisão bósnia transmitiu uma declaração dele. No dia seguinte, reapareceu em Banja Luka, o reduto sérvio mais acirrado, onde se reuniu com Radovan Karadzic, seu colega acusado de crimes contra a humanidade.
Líderes sérvios de já o culpavam pela vitória croata em Krajina. Martic respondeu no dia 12. Afirmou que uma "falsa" rádio Knin, dirigida por croatas que enganavam o público, havia semeado confusão.
Na sexta passada, ainda refugiado em Banja Luka. Martic apelou ao secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, pedindo a retirada croata de Krajina. O apelo foi inútil, porque Martic é um rebelde deposto e fugitivo, procurado pelo tribunal de crimes de guerra da ONU por haver ordenado o bombardeio de civis em Zagreb em maio.

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