São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Familiares não pedem punição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os familiares dos mortos e desaparecidos políticos no período militar não incluíram a punição dos responsáveis pelas mortes de seus parentes entre suas reivindicações de emendas ao projeto do governo sobre o assunto.
Os familiares iniciaram ontem à noite uma vigília com velas acesas diante do Congresso. Eles lamentaram que o projeto não contemple a reivindicação para a apuração das circunstâncias das mortes.
Iara Xavier Pereira, da Comissão Nacional de Familiares dos Mortos e Desaparecidos, disse que o movimento não pretende ultrapassar os limites estabelecidos pela Lei de Anistia, de 1979.
``As nossas reivindicações não têm intuito de revanchismo e vingança", disse ela, ao abrir a reunião com 70 familiares na Câmara. ``Queremos justiça e fazer justiça é contar a verdadeira história dos desaparecidos, que foram mortos como terroristas e subversivos", disse a presidente do Grupo Tortura Nunca do Rio, Cecília Coimbra.
O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) apresentará emenda para garantir a apuração das condições das mortes. Os familiares querem que a comissão possa ``inquirir agentes do Estado e eventuais testemunhas dos fatos, requisitar documentos oficiais, ouvir familiares e mandar exumar cadáveres".

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