São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995 |
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Médico é indiciado e acusa enfermeira
CLÁUDIA TREVISAN
Caruso foi indiciado sob a acusação de falsidade ideológica no inquérito que apura as circunstâncias da morte de Florestan, ocorrida há 20 dias. Ele assinou o atestado de óbito que indicou "insuficiência múltipla de órgãos" como causa da morte. O documento foi modificado depois de autópsia do IML (Instituto Médico Legal). O novo laudo diz que Florestan morreu de embolia gasosa (presença indevida de ar no organismo). Eloísa era responsável pela operação do aparelho de hemodiálise que estava ligado a Florestan no momento de sua morte. Foi através dele que o ar entrou. Ela se recusa a dar entrevista. Caruso falou à Folha após o indiciamento: Folha - Como o sr. recebeu o indiciamento? Pedro Caruso - Acho que houve erro de julgamento, porque a insuficiência de múltiplos órgãos é um diagnóstico que só pode ser dado quando o paciente está em vida. Depois de morto, durante a necropsia, não é possível. Folha - Como assim? Caruso - O diagnóstico só pode ser dado com o paciente vivo. Folha - Mas o atestado de óbito foi dado com ele morto. Caruso - Sim. Mas nós já sabíamos que ele tinha isso. Pela maneira como ele vinha evoluindo, pelo que ele tinha de diagnóstico. Folha - Mas o inquérito concluiu que a embolia seria visível. Caruso - Não, não era. O quadro clínico da embolia gasosa é muito parecido com inúmeras outras patologias que poderiam acontecer com esse paciente. Folha - O sr. viu que entrou ar no corpo do paciente? Caruso - Não, não vi. Eu vi o ar no aparelho, mas não vi entrando. Tanto que a primeira coisa que eu fiz foi desligar o aparelho. Eu me sinto muito tranquilo. Houve um erro na enfermagem. Já ficou claro que quem errou foi a enfermeira. Isso causou a embolia. Texto Anterior: PTB descarta fusão com o PP e o PPR Próximo Texto: Outro médico obtém liminar Índice |
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