São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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PFL ameaça votar contra emenda do FSE

GUILHERME EVELIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada do PFL na Câmara ameaça boicotar a prorrogação do Fundo Social de Emergência (FSE) até 1999, proposta pelo governo por meio de emenda constitucional já enviada ao Congresso.
É a represália dos aliados do presidente Fernando Henrique Cardoso aos desentendimentos com o PSDB, ao tratamento dado pelos ministros tucanos aos parlamentares pefelistas e à possibilidade de formação de um bloco parlamentar entre o PTB e o PSDB.
Reunida ontem de manhã na Câmara, os pefelistas ficaram revoltados com a informação de que o FSE foi incluído no Orçamento de 96 antes de ser aprovado. Para o governo, o fundo é fundamental para a estabilização da economia.
Os pefelistas declararam-se dispostos a votar contra a prorrogação, mesmo que ela seja apenas por um ano e não por quatro.
"O governo subestima a bancada, contando os votos do PFL como favas contadas. Se o presidente não intervir para serenar os ânimos, essa insatisfação pode virar um tumor", disse o vice-líder, deputado Jair Soares (RS).
Maluly Neto (SP) sugeriu que os pefelistas deixem de votar todos os projetos do governo até que o Palácio do Planalto defina os termos da sua relação com o partido. "Estamos no limbo. O governo tem de dizer se nos quer como aliados", afirmou Maluly, reclamando que FHC tem de mandar o ministro Sérgio Motta (Comunicações) se silenciar.
À tarde, Fernando Henrique fez um apelo ao líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), para que seus correligionários preservem a aliança com o PSDB. O presidente teria dito a Inocêncio que a aliança entre os dois partidos constitui o eixo de sua base de apoio no Congresso.
Para contornar a ameaça de boicote ao FSE, o presidente prometeu enviar o ministro Nelson Jobim (Justiça) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, para discutir o assunto com a bancada.
FHC reconheceu também que há ministros com insensibilidade política ao receber a lista de reclamações do PFL e prometeu tomar medidas para que melhore o atendimento aos parlamentares.

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