São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995 |
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Líderes pefelistas passam dia atacando tucanos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O deputado Inocêncio Oliveira (PE) e o senador Antônio Carlos Magalhães (BA) voltaram a fazer críticas aos tucanos ontem.ACM chamou o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), de "pessimista e mal-humorado". Segundo ACM, Covas tem criticado o PFL porque está mal nas pesquisas e, por isso, está "perdendo a calma e o bom senso". Ex-governador da Bahia, o senador disse que, se Covas aceitasse, daria a ele um conselho para melhorar seu desempenho nas pesquisas de opinião. "Ele tem de acreditar mais nas coisas. Um governador tem de dar esperança à população. Ele é pessimista e mal humorado." Covas afirmou, no último sábado, que a aliança entre o PFL e o PSDB "não foi um bom casamento" e, por isso, não existe compromisso de mantê-la, em 1998, na eleição do próximo presidente da República. ACM ironizou a declaração do governador paulista. "O pior é que o Covas quer dar conselho, coisa que nunca foi o seu forte. Os papas da política brasileira e do partido dele nunca o julgaram um bom conselheiro", disse. Aspiração O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), ironizou ontem a articulação do PSDB e PTB para formação de um bloco com o objetivo de disputar a presidência da Câmara no próximo ano. "Essa é uma aspiração legítima de quem nunca foi e pretende ser." Tradicionalmente, o presidente da Câmara dos Deputados é do PFL ou do PMDB. Com o bloco, o PSDB teria maior chance de eleger o seu candidato. Inocêncio é antecessor do atual presidente, Luiz Eduardo Magalhães (PFL-BA). Ele negou ontem que pretenda concorrer novamente ao cargo. O deputado criticou a perspectiva de formação do bloco dentro da base governista. "Eu não acho necessário porque os dois partidos são da base de sustentação do governo." Inocêncio Oliveira também voltou a criticar ontem o governador de São Paulo, Mário Covas, que considerou difícil a manutenção da aliança entre o PSDB e o PFL até as próximas eleições presidenciais. O deputado considerou prematura a previsão de Covas. Segundo ele, "em política, tudo pode mudar em 24 horas". Ele disse não poder falar sobre o que acontecerá "daqui a um ano e tanto" e afirmou que ninguém indagou sobre o interesse do PFL em preservar a aliança. A Folha procurou durante toda a tarde de ontem o governador Mário Covas para responder às críticas dos pefelistas. Até as 20h, ele não havia dado qualquer retorno. Nova cara O PFL lançou ontem o anteprojeto do seu novo programa partidário, um instrumento para tentar afastar a imagem de partido fisiológico e uniformizar os discursos dos candidatos pefelistas às eleições municipais de 1996 e 2000 e às eleições gerais de 1998. Texto Anterior: PFL ameaça votar contra emenda do FSE Próximo Texto: Para tucanos, PFL reage à perda de poder Índice |
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