São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995 |
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A primeira batalha
NELSON DE SÁ
A imagem usada pela Globo, para fixar o protagonista de "Decadência", é aquela de dom Mariel, "dom" para não falar "bispo", envolto pelas chamas, gritando: - Venham encher os cofres de Jesus. O que vocês derem, receberão em dobro. - 500 mil, 50 mil. O que você puder, dê a Jesus. E ainda dizem que não é Edir Macedo -como insistia ontem o acadêmico Dias Gomes na CBN, que é da Globo, uma vez mais afirmando que vestiram a carapuça, e também: - Eu pesquisei sobre vários pastores do mesmo tipo. E não pretendi tratar... A pessoa Edir Macedo não me interessa. Me interessa o fenômeno. Pois é o "tratamento" do "fenômeno", mais até do que o do "bispo", o que ateou fogo nos pentecostais. Na Record, um pastor da Assembléia de Deus vociferava: - Estamos aqui defendendo a nossa cidadania, no que tem de maior grandeza: o direito à confissão de credo! Não está de todo errado. Mais do que o mero debate do fenômeno, "Decadência" é a primeira batalha. Daí o pastor ameaçar: - Um recado aos herdeiros do império da Rede Globo: um dia, neste país, os evangélicos vão ser a maioria. Vocês estão dando uma bobeira. - Podem massacrar, podem inventar minissérie, que não vai adiantar. Esta guerra com a gente está perdidinha. É a guerra de evangélicos e católicos, séculos depois. A mão de Deus A segunda batalha já está sendo preparada. Aliás, toda a guerra passa pelo personagem desta nova batalha. Francisco Rossi, favorito em São Paulo, é evangélico e foi de Bíblia na mão que apavorou Covas, ano passado. Ganhou lugar cativo no 25ª Hora e no Record em Notícias, o "jornal da tosse". Ontem, estava em campanha: - Eu sempre me posicionei contra esta estrutura de poder que temos no país, porque ela vê as pessoas como números, como estatísticas, e se esquece que os seres humanos são feitos à imagem de Deus. Nós vemos, com a briga entre PFL e PSDB, o artificialismo desta estrutura. É o toma-lá-dá-cá. É o homem da mão de Deus, afrontando os seus inimigos, católicos ou materialistas. Texto Anterior: Anistia critica projeto do governo e pede investigação sobre mortes Próximo Texto: Recadastramento "esquece" diplomatas Índice |
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