São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Globo revê 'Diretas' em nova minissérie

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Rede Globo decidiu lançar mão de toda sua habilidade para evitar a decadência no ibope. "Decadência", a minissérie que estreou ontem com um capítulo especial de uma hora e meia, chegou disposta a reviver o sucesso de "Anos Rebeldes" (1992).
Política e romance são de novo os ingredientes básicos. "Decadência" retrata a geração que fez as "Diretas Já" e lutou contra a corrupção. Mas há outro tempero: a religião. O protagonista da minissérie de Dias Gomes é Mariel (Edson Celulari), órfão adotado por família tradicional, que depois enriquecerá como líder evangélico.
Para atenuar as reações ao personagem, o capítulo de ontem começou com Celulari lendo uma mensagem cristalina: "A minissérie não pretende fazer críticas a nenhuma religião em particular".
A tônica de ontem, porém, foi a política. Imagens de Tancredo Neves e Teotônio Vilela -figuras centrais da abertura democrática- mostraram que a emissora quer esquecer que demorou a cobrir as "Diretas" e apoiou um presidente deposto por suspeita de corrupção (Collor, visível nas vinhetas sob a palavra "Decadência").
Mas a qualidade da minissérie (e de atores como Luis Fernando Guimarães) vai lhe garantir apenas a audiência -que, apesar de tudo, é o que mais lhe interessa.

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