São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entre o global e o regional

ADOLPHO QUEIROZ

Os pesquisadores das ciências da comunicação preparam-se para o 18º Congresso da Intercom, que começa hoje na Universidade Federal de Sergipe, para discutir os conflitos decorrentes da globalização e regionalização das comunicações.
Vivendo a contradição dos acontecimentos em tempo real que chegam às nossas casas pelos satélites, fax, micros, parabólicas etc., mas também preocupados com o resultado do jogo de futebol local, os homens do final do século 20 vivem as delícias e as mazelas de processos comunicacionais tão díspares.
Os estudiosos da comunicação estão fixados hoje em mais de uma centena de escolas públicas e particulares, espalhadas pelo país. Cerca de cinquenta mil estudantes e 4.000 professores, segundo pesquisa da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (ENECOS), procuram aprofundar as contradições desse panorama global, com o crescimento das indústrias da comunicação em nível regional.
A tecnologia para as indústrias da informação igualou as possibilidades de apresentação dos fatos, acontecimentos e o leque de diversidades para lazer. Já o espírito crítico contundente depende, e muito, da qualidade do profissional que ingressa no mercado.
Essa qualidade tem nas perspectivas do ensino, da pesquisa e da extensão, compromissos básicos. Mas, nesse tripé, a evolução do ensino e a agudização dos compromissos extensionistas têm tido desempenhos importantes.
Mas nunca como hoje tem sido possível descobrir perspectivas tão favoráveis para a pesquisa em comunicação. Tem sido a partir dela que o saber e o fazer novo dos telejornais, do jornal impresso, do rádio, do cinema, da comunicação rural e científica, das histórias em quadrinhos etc. vão chegar à sociedade brasileira sob novos impactos.
É importante perceber o quanto os pesquisadores brasileiros de comunicação têm se empenhado para obter resultados que ajudem a aperfeiçoar os processos comunicacionais no país.
Serão 238 "papers a ser apresentados; 21 pesquisas de iniciação científica, com apoio de programas institucionais já consolidados, como o PIBIC e o PET, do CNPq, além do crescente apoio de iniciativas dos fundos de apoio à pesquisa das universidades particulares, que têm dado ao campo um novo alento; e mais de 300 trabalhos de pesquisa aplicada em comunicação (vídeos, jornais-laboratório, campanhas de publicidade etc.), além de teses defendidas em programas de pós-graduação dos 11 cursos existentes no país.
Uma ciência com menos de 50 anos no Brasil, a comunicação entra no limiar do século 20 de forma empreendedora e preocupada com a consciência do cidadão do seu tempo.

Texto Anterior: Hospitais do SUS ameaçam cobrar em MG
Próximo Texto: Perseguição deixa dois mortos na Dutra
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.