São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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PM paulista vê falhas em ação

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O capitão Wágner Gomes de Oliveira, 36, comandante do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM paulista, diz que, em vários momentos da negociação para a libertação de Fernanda Viana, o sequestrador Leonardo Pareja poderia ter sido dominado.
Segundo ele, embora sua análise esteja limitada por ter visto a situação apenas pela TV, foi possível notar que, em vários momentos, o sequestrador não apontava a arma para a cabeça da refém.
"Isso dá a entender que ele não tinha intenção de matá-la. Talvez uma negociação mais enérgica tivesse resolvido o problema. Ou uma ação com uma equipe de assalto ou de snipers (atiradores de elite), se a negociação falhasse."
Segundo Oliveira, Pareja saiu do hotel "sem nada que o cobrisse e atrapalhasse um atirador".
O comandante do Gate afirma não querer criticar a ação da polícia baiana por desconhecer sua orientação e seus recursos para ocorrências desse tipo.
Mas, segundo ele, é uma decisão arriscada permitir que o sequestrador deixe um local em que está confinado com um refém.
Para ele, a ação da polícia baiana talvez tenha sido limitada pela repercussão que o caso teve.
O delegado especial da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, Waldir Gomes Barbosa, disse ontem que a polícia agiu corretamente nas negociações para a libertação da estudante Fernanda Viana.
"Nós levamos a situação até a última consequência para preservar a integridade física dos reféns", disse o delegado, que coordenou ao lado do tenente Paulo César a operação de resgate.
Segundo Barbosa, havia atiradores de elite cercando o hotel. "Mas nós não podíamos cometer nenhum erro porque a vida de uma criança estava em jogo."
O delegado lembrou que, em São Paulo, um atirador de elite (cabo Furlan) matou uma professora refém de um sequestrador. Barbosa classificou como "hipótese" a afirmação do capitão Oliveira de que o sequestrador não estava disposto a atirar em Fernanda. "Ninguém pode garantir nada quando se trata de sequestrador."

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