São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Delegado acusado de assassinatos e roubos se entrega à Polícia Civil

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Marcus Vinícius Linhares, 31, se entregou anteontem, às 21h, à direção do Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte de SP).
Ele é acusado de ser o líder de uma quadrilha de ladrões de carga que agia na rodovia Fernão Dias. Linhares, que trabalhava em Atibaia, também é acusado de traficar drogas e de assassinatos.
Ele estava foragido desde o dia 21 de março passado. Linhares havia saído do presídio da polícia para para depor em Atibaia (65 km ao norte de São Paulo). A cerca de 500 metros da prisão, ele teria pedido para ir ao banheiro.
Os dois policiais que faziam sua escolta pararam o carro na avenida Cruzeiro do Sul, no Carandiru. Após estar sem as algemas, Linhares teria saído correndo e fugido.
Os homens da escolta foram presos sob a acusação de terem facilitado a fuga de Linhares.
Segundo o delegado José Carlos Gomes, 50, diretor do presídio, Linhares chegou acompanhado de dois advogados. Ele assinou um documento sobre sua apresentação espontânea e foi levado a uma cela onde estavam outros cinco presos.
O diretor do presídio disse que não será tomada nenhuma medida de segurança no prédio por causa de Linhares. "Para mim, ele é mais um preso aqui. A única precaução será reforçar sua escolta toda vez que ele for depor", disse.
O delegado Linhares nega as acusações e afirma que é vítima de uma "armação" dos promotores que o investigaram. Linhares também diz que fugiu porque ficou sabendo que ia ser transferido para uma prisão de segurança máxima.
Antes de se entregar, os advogados de Linhares pediram um habeas corpus (instrumento jurídico que impede que alguém sofra coação) ao Tribunal de Justiça para impedir a saída do delegado do presídio da Polícia Civil. O habeas corpus foi concedido.

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