São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Para Febraban, juro do crédito vai cair

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, elogiou as medidas adotadas pelo BC (Banco Central) anteontem.
Nas últimas três semanas -"o que nós pleiteamos", disse Schulman-, o governo reduziu os compulsórios (depósitos que os bancos são obrigados a fazer no BC para que sobre menos dinheiro para emprestar para o setor privado).
Por conta disso, calcula o presidente da Febraban, ingressaram na economia R$ 12 bilhões dos R$ 50 bilhões anteriormente depositados no BC -o que equivale a 24% do total.
O alívio dos compulsórios deve, segundo Schulman, ser somado aos efeitos da redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado no crédito, que passou de 18% para 15%, e da queda dos juros promovida pelo BC no over-Selic (negócios de um dia com títulos públicos).
No conjunto, a queda dos juros cobrados nos empréstimos será de um a dois pontos percentuais. "Se o empréstimo custava 9%, vais sair por 7%", afirmou Schulman, para depois acrescentar que alguns bancos já reduziram as taxas cobradas. "Como o setor é muito competitivo, vai todo mundo sair atrás."
A redução dos juros, acredita o presidente da Febraban, vai beneficiar de forma imediata os "tomadores de crédito. Especialmente o governo, que é o maior devedor".
Acreditando que as medidas adotadas anteontem "beneficiam os bancos pequenos (que passam a depositar menos nos compulsórios)", Schulman afirmou que esse afrouxamento da política monetária (controle da quantidade de dinheiro em circulação) foi possível por duas razões: 1) os analistas esperam um comportamento declinante para a inflação -as taxas serão menores em setembro do que foram em agosto-; 2) a economia já está desaquecida.
Indagado sobre se o afrouxamento não acabava ajudando os bancos, Schulman lembrou que o ministro Pedro Malan (Fazenda) teria dito que seria possível imaginar um sistema financeiro sem política monetária, mas não uma política monetária sem um sistema financeiro. "O sistema é o instrumento", afirmou, para depois acrescentar que "o alívio atende ao comércio e à indústria."

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